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CARREIRA
Economia inclui lógica e estatística
Com a crise econômica, mercado está bom para profissionais da área, dizem especialistas
RAFAEL SAMPAIO
DA REPORTAGEM LOCAL
A crise que afeta o Brasil e
outros países pelo mundo afora
deve gerar oportunidades de
emprego para quem escolher a
carreira de economia, de acordo com especialistas.
Segundo o professor Joaquim José Martins Guilhoto,
chefe do departamento de economia da USP, haverá procura
por profissionais da área para
fazer o planejamento financeiro das companhias, que terão
de controlar gastos e buscar
manter a produtividade sem
perder dinheiro.
"Com essa crise não vai faltar
emprego para os economistas,
porque as empresas terão de se
adaptar ao novo cenário econômico", afirma o conselheiro do
Corecon (Conselho Regional
de Economia de São Paulo)
Cláudio Gonçalves dos Santos.
Ele informa que as empresas
e o mercado financeiro costumam pagar salários mais altos
do que o setor público.
"A carreira exige conhecimento de matemática e de
ciências humanas, como história, sociologia e geopolítica."
Quem quer ser economista
vai ter de estudar lógica e ética,
além de muita estatística, diz
Marcos Fernandes Gonçalves
da Silva, coordenador pedagógico do curso da FGV (Fundação Getulio Vargas) em SP.
Segundo Silva, as boas escolas de economia dão uma formação "ampla, crítica e humanista, que permite entender
tanto o funcionamento do setor público quanto do privado".
O curso traz disciplinas mais
gerais até a metade do segundo
ano, como história econômica,
macroeconomia (análise de
grandes fatores econômicos,
como renda) e estatística.
É a partir do quarto semestre
que os temas mais específicos
são estudados, como economia
internacional e microeconomia (estudo dos atores do mercado, como empresas).
Os cursos, em geral, duram
quatro anos no diurno e cinco
no noturno -na FGV, os três
primeiros anos são integrais.
Área empresarial
O trabalho na área empresarial foi o que atraiu Ana Gaviolli, 27, formada pela PUC-Campinas -ela quase optou por fazer teatro, mas, na hora de se
inscrever no vestibular, preferiu economia.
Ana trabalha com gestão de
riscos financeiros em uma
grande empresa de transportes, em São Paulo. "Me interesso por saber como está o dólar e
que setores da economia estão
crescendo", diz.
Um profissional em início de
carreira que trabalhe em empresa ou no mercado financeiro, com ações, vai ganhar em
média R$ 3.000, afirma Cláudio, do Corecon. "Se ele trabalhar em um banco, com um cargo técnico, o salário chega a
R$ 6.000", diz. Não existe piso
salarial para a carreira.
O setor público também costuma atrair muitos profissionais -por exemplo, para trabalhar na Secretaria do Planejamento de um município. De
acordo com o coordenador do
curso do Ibmec-SP, Fábio Gomes, as universidades oferecem disciplinas em economia
da educação, da saúde e do
meio ambiente -áreas promissoras nos últimos anos.
Há 277 cursos de ciências
econômicas e economia oferecidos no Brasil, afirma o MEC.
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