São Paulo, terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
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CARREIRA

Economia inclui lógica e estatística

Com a crise econômica, mercado está bom para profissionais da área, dizem especialistas

RAFAEL SAMPAIO
DA REPORTAGEM LOCAL

A crise que afeta o Brasil e outros países pelo mundo afora deve gerar oportunidades de emprego para quem escolher a carreira de economia, de acordo com especialistas.
Segundo o professor Joaquim José Martins Guilhoto, chefe do departamento de economia da USP, haverá procura por profissionais da área para fazer o planejamento financeiro das companhias, que terão de controlar gastos e buscar manter a produtividade sem perder dinheiro.
"Com essa crise não vai faltar emprego para os economistas, porque as empresas terão de se adaptar ao novo cenário econômico", afirma o conselheiro do Corecon (Conselho Regional de Economia de São Paulo) Cláudio Gonçalves dos Santos.
Ele informa que as empresas e o mercado financeiro costumam pagar salários mais altos do que o setor público.
"A carreira exige conhecimento de matemática e de ciências humanas, como história, sociologia e geopolítica."
Quem quer ser economista vai ter de estudar lógica e ética, além de muita estatística, diz Marcos Fernandes Gonçalves da Silva, coordenador pedagógico do curso da FGV (Fundação Getulio Vargas) em SP.
Segundo Silva, as boas escolas de economia dão uma formação "ampla, crítica e humanista, que permite entender tanto o funcionamento do setor público quanto do privado".
O curso traz disciplinas mais gerais até a metade do segundo ano, como história econômica, macroeconomia (análise de grandes fatores econômicos, como renda) e estatística.
É a partir do quarto semestre que os temas mais específicos são estudados, como economia internacional e microeconomia (estudo dos atores do mercado, como empresas).
Os cursos, em geral, duram quatro anos no diurno e cinco no noturno -na FGV, os três primeiros anos são integrais.

Área empresarial
O trabalho na área empresarial foi o que atraiu Ana Gaviolli, 27, formada pela PUC-Campinas -ela quase optou por fazer teatro, mas, na hora de se inscrever no vestibular, preferiu economia.
Ana trabalha com gestão de riscos financeiros em uma grande empresa de transportes, em São Paulo. "Me interesso por saber como está o dólar e que setores da economia estão crescendo", diz.
Um profissional em início de carreira que trabalhe em empresa ou no mercado financeiro, com ações, vai ganhar em média R$ 3.000, afirma Cláudio, do Corecon. "Se ele trabalhar em um banco, com um cargo técnico, o salário chega a R$ 6.000", diz. Não existe piso salarial para a carreira.
O setor público também costuma atrair muitos profissionais -por exemplo, para trabalhar na Secretaria do Planejamento de um município. De acordo com o coordenador do curso do Ibmec-SP, Fábio Gomes, as universidades oferecem disciplinas em economia da educação, da saúde e do meio ambiente -áreas promissoras nos últimos anos.
Há 277 cursos de ciências econômicas e economia oferecidos no Brasil, afirma o MEC.


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