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CARREIRA
Mecatrônica mistura três áreas
Mecânica, eletrônica e computação compõem formação do engenheiro, que faz automação de processos
DA REPORTAGEM LOCAL
A automação das linhas de
produção em uma indústria,
sem a necessidade da intervenção humana no trabalho, faz
parte das atribuições do engenheiro mecatrônico.
O profissional analisa que
equipamentos são necessários
para aumentar a produtividade
e a qualidade das mercadorias e
faz projeto, configuração e manutenção do mecanismo.
As bombas de gasolina automáticas, os caixas eletrônicos
de banco e as máquinas de lavar
que só funcionam quando o
compartimento de sabão está
cheio são outros exemplos de
tecnologia mecatrônica.
Para dimensionar e elaborar
todo o sistema, o engenheiro
precisa entender de mecânica,
eletrônica e computação -daí
o nome mecatrônica. Em algumas faculdades, o curso é chamado de engenharia de controle e automação.
A graduação tem duração de
cinco anos como as demais engenharias. Os primeiros semestres, em geral, correspondem a
um ciclo básico com disciplinas
como física, química, cálculo e
computação.
"O candidato deve possuir o
raciocínio abstrato necessário
à matemática e computação e
também o raciocínio espacial
típico do mecânico", avalia Eurípedes Guilherme de Oliveira
Nóbrega, coordenador do curso
na Unicamp. Segundo ele, a
profissão exige um conhecimento sólido dos fundamentos
dessas disciplinas, assim como
das áreas aplicadas de controle
de sistemas e de automação.
Nóbrega ressalta que também é importante que o aluno
tenha uma boa carga de experiência de laboratório -o que
se reflete em várias disciplinas
experimentais.
Curso
Na Unicamp, o curso é noturno e tem 50 vagas por ano. "Os
alunos estão em geral classificados no vestibular entre os
melhores alunos das engenharias, com uma relação candidato/vaga da ordem de 30", diz.
Na USP, com a mudança no
vestibular deste ano da Escola
Politécnica, o candidato escolhe a engenharia mecatrônica
já no ato da inscrição. No entanto, apesar de haver essa alteração no processo seletivo, o
curso continuará tendo um ciclo básico de dois anos.
"A diferença é que o estudante não terá de optar pela área da
engenharia ao final do segundo
ano, como acontecia antes. A
partir do terceiro, já é mecatrônica direto", explica Julio Cezar Adamowski, 52, professor
do curso. Entre as disciplinas
mais específicas do curso de
mecatrônica estão microprocessadores aplicados à automação e mecânica computacional.
No quinto ano, todo estudante de engenharia tem de fazer
estágio obrigatório de 160 horas. Algumas instituições podem estipular um prazo maior.
E muitas vezes é o estágio
que permite a colocação no
mercado de trabalho. Outra alternativa de experiência profissional ainda na faculdade são as
empresas juniores.
Mercado
O engenheiro mecatrônico
encontra campo em diversos tipos de indústria como a aeronáutica, petroquímica, automobilística e as de alimentos e
bebidas, além de consultoria
em empresas.
"O mercado de trabalho é
muito receptivo para os alunos
formados pela Unicamp, e normalmente conseguem estágios
e emprego antes mesmo de
concluírem o curso, uma vez
que é noturno", afirma Eurípedes Guilherme de Oliveira Nóbrega, coordenador do curso.
"Faltam profissionais capacitados na área", concorda
Eduardo Lobo Lustosa Cabral,
47, coordenador do curso de
engenharia de controle e automação do Centro Universitário
do Instituto Mauá de Tecnologia, na Grande São Paulo. "O
aluno que não for displicente
com a sua formação não terá
problemas para se colocar no
mercado de trabalho", afirma.
"O potencial na área é muito
grande e passível ainda de ser
explorado", avalia Marcos Antonio Tremonti, 46 anos de idade e 11 de experiência no setor
de robótica.
De acordo com ele, é importante que o engenheiro possua
não só capacidade técnica mas
também saiba gerir e coordenar projetos, além de ter uma
visão global do processo.
(FERNANDA CALGARO)
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