São Paulo, terça-feira, 24 de novembro de 2009
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NOVIDADE

USP lança curso de educomunicação

Licenciatura oferecida pela ECA a partir de 2011 une as áreas de comunicação e pedagogia

DA REPORTAGEM LOCAL

Mal aconteceu a primeira fase da Fuvest deste ano (leia mais ao lado) e já começam a aparecer novidades para o ano que vem. A ECA (Escola de Comunicação e Artes), da USP, vai oferecer, para 2011, 30 vagas noturnas para o curso inédito de educomunicação, com quatro anos de duração.
A nomenclatura é nova, mas ela já dá uma dica do que se trata: um curso que mescla conceitos teóricos de comunicação e de educação e que põe a pedagogia e a tecnologia para agirem juntas, em busca de um melhor aprendizado.
De acordo com Ismar Soares, professor da ECA e um dos idealizadores do curso, a educomunicação é um fenômeno que já vem acontecendo e que, depois de 15 anos de discussões, receberá uma graduação.
Segundo Soares, essas duas áreas -comunicação e educação- sempre foram muito estudadas separadamente, e o diálogo entre elas nunca foi dos melhores. "No campo da comunicação, a educação não tinha muito espaço. No campo da educação, a comunicação era vista com desconfiança", diz.
A educomunicação é uma tentativa de fazer isso mudar. Demanda da sociedade para isso, afirma o professor, já há. Tanto que as lacunas deixadas pela falta de um profissional com formação específica são ocupadas por pessoas da comunicação social e da pedagogia.
Os futuros licenciados em educomunicação poderão trabalhar em escolas e ONGs e nas secretarias de Educação, atuando na capacitação de professores e ajudando a direção das instituições de ensino a gerenciar a educação integrada à tecnologia.
Para que o curso fosse possível, a ECA buscou parcerias com a Feusp (Faculdade de Educação) e com o Museu de Arte Contemporânea. A próxima instituição na mira dos educomunicadores é a Poli. "Lá tem gente estudando tecnologia e comunicação. Vamos precisar do apoio deles, por exemplo, para tratarmos da educação a distância", diz Soares.
O currículo da educomunicação foi estruturado de forma a comportar, nos primeiros anos, um espaço para as discussões envolvendo as teorias da comunicação e as filosofias da educação. Na sequência, o aluno deverá ser capaz de levar a fundamentação teórica para fora da sala de aula e planejar projetos educomunicativos.
Por enquanto não será preciso contratar mais professores, porque já há 19 docentes envolvidos com a graduação.
Em 2010, Soares diz que a ECA organizará seminários ao longo do ano para receber vestibulandos interessados no curso, coordenadores de pré-vestibulares e a imprensa, não só para divulgar a educomunicação mas também para, segundo o professor, "criar espaços de debate aberto".


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