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ESCOLAS MILITARES
Exame físico também reprova
Aprovados em parte teórica precisam se submeter a testes de saúde e condicionamento físico
DE SÃO PAULO
COLABORAÇÃO PARA FOLHA
Como se não bastassem os
complexos exames teóricos,
as escolas militares têm uma
etapa extra em suas seleções:
os testes médicos e físicos.
Essa fase é rigorosa sobretudo em AFA, Escola Naval e
Espcex. O edital de cada concurso determina os pré-requisitos para que o candidato seja aprovado.
Entre as exigências estão
peso e altura mínimos e máximos, abdominais a ser realizados, tempo e/ou distância a percorrer em corrida.
"Não adianta estudar para
caramba e não conseguir fazer duas barras", diz o professor de cursinhos pré-militares Flávio Marinho.
Ele lembra o caso de um
ex-aluno que, pela prova, estaria entre os primeiros na
Espcex, mas foi tido como
inapto por não conseguir subir na barra nenhuma vez.
Para Marinho, a escola que
afugenta mais candidatos
antes mesmo da prova intelectual é a AFA. "Quem é daltônico nem tenta", diz.
E foi pelo rigor da Academia da Força Aérea que Fernanda Sarkiss, 19, ficou reprovada no ano passado. Ela
tinha nota suficiente na prova escrita, mas não passou
pela altura. "Faltaram 4 centímetros", lamenta a aluna,
que media 1,60 m na época.
A reprovação não fez com
que Fernanda desistisse do
sonho de ser aviadora. A menina resolveu fazer a prova
da AFA de novo, neste ano,
pela terceira vez.
Embora o resultado oficial
não tenha saído, ela acredita
ter média para passar. Para
que a altura não a elimine novamente, Fernanda procurou tratamento médico, fez
RPG (reeducação postural
global), alongamentos, pilates e natação.
Todo o esforço fez com que
ela ganhasse 2 cm. E a agonia
continua. De hoje até os exames médicos, que vão até o
fim do ano, Fernanda precisa
crescer outros 2 cm.
A AFA explica que a exigência de estatura se deve a
uma limitação prática de
operação da cadeira de ejeção de uma das aeronaves
que os alunos aprendem a pilotar, o T-27 Tucano. Os candidatos de ambos os sexos
devem medir, no mínimo,
1,64 m e, no máximo, 1,87 m.
MENOS RIGOR
Apesar de também terem
etapas médicas e de condicionamento físico, o IME e o
ITA não são tão exigentes.
No Instituto Militar de Engenharia é raro haver reprovados no teste de saúde, afirma o coronel Leão, chefe da
divisão de concursos.
Já na parte física, diz o coronel, a corrida e a barra
eram os testes que costumavam trazer mais dificuldades
aos candidatos. Mas, a partir
deste ano, foi eliminada a
obrigatoriedade da barra. O
exercício foi mantido apenas
a título de diagnóstico.
"Temos que considerar
que o candidato ao IME passa muito tempo estudando e
pode não ter o condicionamento físico ideal", diz.
No ITA não é muito diferente. De acordo com a reitoria da instituição, nos últimos dois anos, não houve reprovados no exame médico.
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