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      São Paulo, quinta-feira, 25 de setembro de 2003
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ATUALIDADES

A OMC e o impasse na conferência de Cancún

ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA

Palco de um acirrado embate entre países ricos e pobres, a Conferência Ministerial da OMC (Organização Mundial do Comércio), realizada em Cancún, no México, terminou sem avanços concretos. Lideradas pelos EUA e pela União Européia (EU), as nações desenvolvidas pressionaram os Estados emergentes para aprovar uma agenda comercial que lhes fosse mais favorável. Representado pelo G21, o grupo dos países emergentes, sob a liderança do Brasil, da Índia, da África do Sul e da China, negou-se a aceitar a pauta dos ricos.
A partir das negociações da Rodada Uruguai (1986-1994), surgiu a OMC, que entrou em funcionamento em 1995, substituindo o Acordo Geral de Tarifas e Comercio, o Gatt, criado em 1947. Responsável pela definição de regras gerais para o comércio entre as nações, a OMC, com sede em Genebra, na Suíça, é um organismo multilateral de negociação e conta com 148 países-membros.
Entre avanços e retrocessos, as reuniões para negociação iniciadas com a Rodada de Doha, no Catar, em 2001, deverão ser concluídas até janeiro de 2005.
Refém das decisões consensuais, a conferência de Cancún revelou uma nova estratégia dos países em desenvolvimento, dispostos a brigar por regras de comércio mais equilibradas. Enquanto a UE defendia uma agenda que incluísse os chamados "temas de Cingapura" (facilitação de comércio e de compras governamentais), os países emergentes estavam interessados na questão dos subsídios agrícolas.
Pouco habituados ao confronto e às divergências, os países ricos, principalmente os EUA, adotaram um tom ameaçador em relação ao Brasil. Mas, por aqui, a mensagem do governo foi clara: "Resolvemos deixar de ser tratados como pequenos".


Roberto Candelori é professor do Colégio Móbile e do Objetivo.
E-mail: rcandelori@uol.com.br


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