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ATUALIDADES
A OMC e o impasse na conferência de Cancún
ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA
Palco de um acirrado embate
entre países ricos e pobres, a
Conferência Ministerial da OMC
(Organização Mundial do Comércio), realizada em Cancún, no
México, terminou sem avanços
concretos. Lideradas pelos EUA e
pela União Européia (EU), as nações desenvolvidas pressionaram
os Estados emergentes para aprovar uma agenda comercial que
lhes fosse mais favorável. Representado pelo G21, o grupo dos
países emergentes, sob a liderança do Brasil, da Índia, da África do
Sul e da China, negou-se a aceitar
a pauta dos ricos.
A partir das negociações da Rodada Uruguai (1986-1994), surgiu
a OMC, que entrou em funcionamento em 1995, substituindo o
Acordo Geral de Tarifas e Comercio, o Gatt, criado em 1947. Responsável pela definição de regras
gerais para o comércio entre as
nações, a OMC, com sede em Genebra, na Suíça, é um organismo
multilateral de negociação e conta
com 148 países-membros.
Entre avanços e retrocessos, as
reuniões para negociação iniciadas com a Rodada de Doha, no
Catar, em 2001, deverão ser concluídas até janeiro de 2005.
Refém das decisões consensuais, a conferência de Cancún revelou uma nova estratégia dos
países em desenvolvimento, dispostos a brigar por regras de comércio mais equilibradas. Enquanto a UE defendia uma agenda que incluísse os chamados "temas de Cingapura" (facilitação de
comércio e de compras governamentais), os países emergentes
estavam interessados na questão
dos subsídios agrícolas.
Pouco habituados ao confronto
e às divergências, os países ricos,
principalmente os EUA, adotaram um tom ameaçador em relação ao Brasil. Mas, por aqui, a
mensagem do governo foi clara:
"Resolvemos deixar de ser tratados como pequenos".
Roberto Candelori é professor do Colégio Móbile e do Objetivo.
E-mail: rcandelori@uol.com.br
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