São Paulo, terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
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Lei que dá isenção nas taxas de inscrição é contestada por universidades públicas

DA REPORTAGEM LOCAL
DA REDAÇÃO

As taxas de inscrição dos vestibulares da Fuvest, Unicamp e Unesp foram de R$ 100, R$ 105 e R$ 100 no ano passado. Uma lei que dá desconto sobre esses valores sancionada pelo governador de SP, José Serra, em dezembro, está causando polêmica nas universidades estaduais.
A lei, número 12.782, dá descontos que podem chegar a 100% nas inscrições de concursos públicos. Os beneficiados são estudantes desempregados e aqueles que têm renda inferior a dois salários mínimos.
"No mundo de hoje, não dá para pagar R$ 100 para fazer uma prova", afirma o deputado estadual Vinícius Camarinha (PSB), autor da lei. Questionado sobre a principal queixa das universidades sobre o tema -a de que, dando isenção para uns, outros pagarão mais caro-, ele diz que "a margem sobre os valores que as universidades dizem pagar é alta, elas podem dar isenção sem gastar".
Não é o que afirma Fernando Dagnoni Prado, diretor acadêmico da Vunesp. "Um vestibular nesse formato se torna inviável, não teria como financiar. A taxa subiria muito para os pagantes." Segundo Prado, o vestibular da Unesp custa cerca de R$ 6,5 milhões, com cerca de 60 mil candidatos pagantes. Para os restantes, a instituição já dá isenção. No último vestibular, a cota de isenção foi de 38.421 inscrições, mas só 30.875 foram utilizadas.
Fernando Tessler, coordenador do vestibular da Unicamp, diz que o projeto "tem uma excelente intenção, mas o mundo está cheio delas". E completa: "O vestibular não é uma empresa. Ele custa o que arrecada, com uma pequena margem de segurança".
A Fuvest informou, por e-mail, que a USP está analisando a lei "quanto ao seus impactos no exame vestibular".


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