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Lei que dá isenção nas taxas de inscrição é contestada por universidades públicas
DA REPORTAGEM LOCAL
DA REDAÇÃO
As taxas de inscrição dos vestibulares da Fuvest, Unicamp e
Unesp foram de R$ 100, R$ 105
e R$ 100 no ano passado. Uma
lei que dá desconto sobre esses
valores sancionada pelo governador de SP, José Serra, em dezembro, está causando polêmica nas universidades estaduais.
A lei, número 12.782, dá descontos que podem chegar a
100% nas inscrições de concursos públicos. Os beneficiados
são estudantes desempregados
e aqueles que têm renda inferior a dois salários mínimos.
"No mundo de hoje, não dá
para pagar R$ 100 para fazer
uma prova", afirma o deputado
estadual Vinícius Camarinha
(PSB), autor da lei. Questionado sobre a principal queixa das
universidades sobre o tema -a
de que, dando isenção para uns,
outros pagarão mais caro-, ele
diz que "a margem sobre os valores que as universidades dizem pagar é alta, elas podem
dar isenção sem gastar".
Não é o que afirma Fernando
Dagnoni Prado, diretor acadêmico da Vunesp. "Um vestibular nesse formato se torna inviável, não teria como financiar. A taxa subiria muito para
os pagantes." Segundo Prado, o
vestibular da Unesp custa cerca
de R$ 6,5 milhões, com cerca de
60 mil candidatos pagantes.
Para os restantes, a instituição
já dá isenção. No último vestibular, a cota de isenção foi de
38.421 inscrições, mas só
30.875 foram utilizadas.
Fernando Tessler, coordenador do vestibular da Unicamp,
diz que o projeto "tem uma excelente intenção, mas o mundo
está cheio delas". E completa:
"O vestibular não é uma empresa. Ele custa o que arrecada,
com uma pequena margem de
segurança".
A Fuvest informou, por e-mail, que a USP está analisando
a lei "quanto ao seus impactos
no exame vestibular".
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