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Clima ruim pode estragar viagem
DA REPORTAGEM LOCAL
Foram oito dias sem sair de
dentro do barco. No máximo,
podia-se ir até a porta para dar
uma olhada do lado de fora. Isso porque o mar estava agitado
e havia risco de cair na água.
Com o navio balançando, alguns dos passageiros passaram mal e foram medicados. O
tédio só era compensado pela
lembrança de que a viagem levava o grupo de pesquisadores
para a Antártida. Entre eles estava Rafael André Lourenço,
25, que foi fazer coleta de sedimentos marinhos para avaliar
o nível de poluição da região.
Além da ida à Antártida, ele
faz viagens constantes ao litoral paulista para coletar material e fazer análises químicas
da água. Para tanto o clima
tem de ajudar. Como algumas
coletas são feitas "com a barriga na borda do navio", como
diz Lourenço, quando o mar
está agitado, as viagens não são
realizadas por medida de segurança.
Alguns dos materiais só serão estudados em terra firme,
dentro do laboratório. Outras
medições, como a análise da
salinidade e do pH da água,
têm de ser feitas ainda no barco, o que é mais fácil com o
mar calmo e o sol brilhando.
Lourenço, formado em química pela USP, completou seu
mestrado em oceanografia na
semana passada e já dará início a seu projeto de doutorado.
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