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REDAÇÃO DO LEITOR
Falta de encadeamento prejudica texto
THAÍS NICOLETI DE CAMARGO
ESPECIAL PARA A FOLHA
O bom título com que se inicia a redação anuncia uma atitude coletiva como forma de combater a violência. Mas o redator não desenvolve essa
idéia, o que torna o título incompatível com o texto.
Ao afirmar que a violência
tem ocupado mais espaço na
mídia pelo fato de ter passado a
atingir as classes dominantes,
propõe uma tese interessante,
mas que também não evolui.
Embora denuncie o quadro
de injustiça social que caracteriza o país, não acredita ser a
pobreza o único fator responsável pela eclosão da violência.
Mas não aponta claramente as
outras causas do problema.
Menciona a necessidade de
reduzir a distância entre as
classes sociais e de derrotar o narcotráfico, mas não estabelece relações entre as afirmações.
De modo geral, o que falta é hierarquização e desenvolvimento das idéias. O discurso carece de uma linha de raciocínio. Apesar de tratarem do
mesmo tema, as idéias não se articulam.
Finalmente, aponta a atividade de ONGs como um caminho, ainda que paliativo, por
onde trilhar no processo de superação do problema e adverte da importância da conscientização política da população. O texto deveria ter acabado nesse ponto. O que se escreve depois foge ao tema em questão.
Thaís Nicoleti de Camargo é consultora de língua portuguesa da Folha
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