São Paulo, terça-feira, 30 de outubro de 2007
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À NOITE

Unicamp oferece isenção de taxa

Aluno que fizer vestibular para licenciaturas tem que comprovar que estudou em escola pública

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

De olho na demanda por cursos noturnos e na possibilidade de incentivar a formação de professores, há três anos a Unicamp oferece isenção na taxa do vestibular para quem se matricular em uma das cinco licenciaturas noturnas -pedagogia, física, matemática, ciências biológicas e integrada de física-química.
Para receber a isenção, o aluno precisa comprovar que estudou em escola pública.
Desde o início da iniciativa, a licenciatura em letras, por exemplo, saltou do fim da lista de concorrência para ficar entre as 15 mais procuradas -dos 60 cursos oferecidos.
A relação candidato/vaga para o curso era de 15, em 2004, e pulou para 42, em 2005. Neste ano, ficou por volta de 20.
Nem sempre a licenciatura é a carreira dos sonhos dos jovens que entram, diz Diego da Silva, 21, que está no segundo ano da licenciatura integrada de física-química. Mas muitos acabam se envolvendo com o curso e gostando. "A maioria dos alunos vêm de escolas públicas, atraídos pela nota de corte mais baixa e pela isenção. Não vêm com a idéia de ser professor, mas de entrar na universidade. Alguns mudam de pensamento", diz.
O coordenador-executivo do vestibular da Unicamp, Leandro Tessler, diz que o programa é o "cumprimento de um papel". "A motivação é a ligação do estudante de escola pública com a universidade pública."
Para a vice-reitora da PUC-SP, Bader Sawaia, as universidades públicas não responderam bem à procura dos alunos por cursos à noite. "As públicas tiveram muita resistência em abrir cursos à noite. Muitas vezes, via-se que um aluno preferia pagar uma faculdade privada à noite, mesmo não sendo tão boa, para poder trabalhar. As particulares sempre tiveram essa sensibilidade maior."
A professora Sônia Penin, diretora da Faculdade de Educação da USP, diz que hoje existe incentivo para que universidades federais ampliem a oferta de cursos noturnos, aproveitando o espaço físico das faculdades que fica inutilizado durante a noite. "O horário do estudo é uma escolha do aluno, a oferta tem de haver." (JN)


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