São Paulo, terça-feira, 30 de dezembro de 2008
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CARREIRA

Bibliotecário lida com gestão da informação

Setor privado e bibliotecas universitárias são os campos que mais empregam esse profissional

DANIELA MERCIER
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Livros, jornais, revistas, internet. É cada vez maior o volume de informações produzido e difundido pela sociedade. No contexto das novas tecnologias, em que o conhecimento está em todo o lugar, como tornar a informação confiável e útil para as pessoas? Esse é o desafio do bibliotecário, profissional que há tempos não está mais restrito às bibliotecas.
"O bibliotecário trabalha com o processamento da informação. Então, em qualquer lugar em que isso seja importante, é possível a atuação desse profissional", afirma a presidente do CFB (Conselho Federal de Biblioteconomia), Nêmora Rodrigues.
Segundo ela, além de espaços mais tradicionais, como bibliotecas públicas e escolas, é comum o trabalho dos bibliotecários em empresas, escritórios de advocacia, agências de publicidade e centros de informação e documentação.
Emília da Conceição Camargo, bibliotecária há mais de 25 anos, gerencia há nove o centro de informações do grupo Totalcom, formado por empresas do ramo publicitário.
Com uma equipe multidisciplinar, ela trabalha com coleta, seleção, análise e tratamento de dados sobre o mercado de publicidade. É a partir desses levantamentos que a empresa monitora e planeja novos negócios -razão pela qual o bibliotecário tem importância estratégica para decisões da empresa. "Hoje, nenhum lugar vive sem gestão da informação."
A atividade é exclusiva do bacharel em biblioteconomia -atualmente, existem 41 cursos no país, a maior parte deles nas capitais.
De acordo com o conselho do setor, formam-se, por ano, cerca de mil profissionais em todo o Brasil, número que, para Nêmora Rodrigues, é pequeno para a demanda do mercado.
"Todo o interior dos Estados está descoberto. Só as universidades já absorvem uma quantidade grande de profissionais", exemplifica.
Não há piso nacional para a categoria. Em São Paulo, o salário inicial é de R$ 1.450 por mês. Segundo o Conselho Regional de Biblioteconomia do Estado, a remuneração média está entre R$ 3.000 e R$ 5.000 -alguns profissionais chegam a receber R$ 13 mil.

Formação generalista
Para um campo de trabalho tão abrangente, é importante que o profissional tenha contato com outras áreas do conhecimento. Por isso, a formação do bibliotecário é generalista. Administração, lingüística, sociologia e filosofia são algumas das disciplinas que compõem o currículo básico do curso.
Ao lado de matérias específicas e técnicas da área, como documentação, indexação e planejamento bibliotecário, o aluno é incentivado a fazer disciplinas optativas e eletivas -modalidades oferecidas em outros cursos.
Como o bibliotecário deve estar preparado para se adaptar a diversos ambientes e tipos de informação, características como flexibilidade, iniciativa, criatividade e vontade de aprender são desejáveis para quem quer ingressar na carreira. "Para lidar com informação é importante gostar de garimpar, ser antenado e ter "espírito obreiro'", afirma Emília Camargo, que diz não ter dificuldade em selecionar estagiários nessa área.
"O mais difícil é a flexibilidade, para se adaptar às novas possibilidades de trabalho. Mas os jovens levam vantagem [nesse aspecto]", diz.
Outras habilidades úteis para a profissão são o interesse pelas novas tecnologias e o conhecimento de línguas estrangeiras.
Aluna do 4º período de biblioteconomia na Unesp, em Marília (435 km de São Paulo), Laura Inafuko, 19, acredita que uma formação cultural sólida é fundamental para a profissão. "É muito importante ter uma base para conhecer e atender bem ao usuário", diz. Ela faz estágio na universidade -o segundo na área- e acha que a carreira é promissora: "O mercado está em todo lugar".


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