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CARREIRA
Bibliotecário lida com gestão da informação
Setor privado e bibliotecas universitárias são os campos que mais empregam esse profissional
DANIELA MERCIER
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Livros, jornais, revistas, internet. É cada vez maior o volume de informações produzido e
difundido pela sociedade. No
contexto das novas tecnologias,
em que o conhecimento está
em todo o lugar, como tornar a
informação confiável e útil para as pessoas? Esse é o desafio
do bibliotecário, profissional
que há tempos não está mais
restrito às bibliotecas.
"O bibliotecário trabalha
com o processamento da informação. Então, em qualquer lugar em que isso seja importante, é possível a atuação desse
profissional", afirma a presidente do CFB (Conselho Federal de Biblioteconomia), Nêmora Rodrigues.
Segundo ela, além de espaços
mais tradicionais, como bibliotecas públicas e escolas, é comum o trabalho dos bibliotecários em empresas, escritórios
de advocacia, agências de publicidade e centros de informação e documentação.
Emília da Conceição Camargo, bibliotecária há mais de 25
anos, gerencia há nove o centro
de informações do grupo Totalcom, formado por empresas do
ramo publicitário.
Com uma equipe multidisciplinar, ela trabalha com coleta,
seleção, análise e tratamento
de dados sobre o mercado de
publicidade. É a partir desses
levantamentos que a empresa
monitora e planeja novos negócios -razão pela qual o bibliotecário tem importância estratégica para decisões da empresa. "Hoje, nenhum lugar vive
sem gestão da informação."
A atividade é exclusiva do bacharel em biblioteconomia
-atualmente, existem 41 cursos no país, a maior parte deles
nas capitais.
De acordo com o conselho do
setor, formam-se, por ano, cerca de mil profissionais em todo
o Brasil, número que, para Nêmora Rodrigues, é pequeno para a demanda do mercado.
"Todo o interior dos Estados
está descoberto. Só as universidades já absorvem uma quantidade grande de profissionais",
exemplifica.
Não há piso nacional para a
categoria. Em São Paulo, o salário inicial é de R$ 1.450 por
mês. Segundo o Conselho Regional de Biblioteconomia do
Estado, a remuneração média
está entre R$ 3.000 e R$ 5.000
-alguns profissionais chegam
a receber R$ 13 mil.
Formação generalista
Para um campo de trabalho
tão abrangente, é importante
que o profissional tenha contato com outras áreas do conhecimento. Por isso, a formação do
bibliotecário é generalista. Administração, lingüística, sociologia e filosofia são algumas das
disciplinas que compõem o
currículo básico do curso.
Ao lado de matérias específicas e técnicas da área, como documentação, indexação e planejamento bibliotecário, o aluno é incentivado a fazer disciplinas optativas e eletivas
-modalidades oferecidas em
outros cursos.
Como o bibliotecário deve
estar preparado para se adaptar
a diversos ambientes e tipos de
informação, características como flexibilidade, iniciativa,
criatividade e vontade de
aprender são desejáveis para
quem quer ingressar na carreira. "Para lidar com informação
é importante gostar de garimpar, ser antenado e ter "espírito
obreiro'", afirma Emília Camargo, que diz não ter dificuldade em selecionar estagiários
nessa área.
"O mais difícil é a flexibilidade, para se adaptar às novas
possibilidades de trabalho. Mas
os jovens levam vantagem [nesse aspecto]", diz.
Outras habilidades úteis para
a profissão são o interesse pelas
novas tecnologias e o conhecimento de línguas estrangeiras.
Aluna do 4º período de biblioteconomia na Unesp, em
Marília (435 km de São Paulo),
Laura Inafuko, 19, acredita que
uma formação cultural sólida é
fundamental para a profissão.
"É muito importante ter uma
base para conhecer e atender
bem ao usuário", diz. Ela faz estágio na universidade -o segundo na área- e acha que a
carreira é promissora: "O mercado está em todo lugar".
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