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FÍSICA
Gravitação universal: satélites 3
TARSO PAULO RODRIGUES
ESPECIAL PARA A FOLHA
Nas duas últimas colunas, confirmamos a importância de
Newton, que ao formular a lei da
gravitação universal, foi o primeiro a teorizar a possibilidade de colocar um objeto em órbita terrestre. Segundo o físico, a velocidade
orbital deveria ser suficiente para
manter o objeto em diferentes altitudes, e a força gravitacional
existente entre a Terra e o objeto
atuaria como resultante centrípeta ao modificar a direção de sua
velocidade.
Em 1957, os russos lançaram o
primeiro satélite artificial, o Sputnik 1, que, com altitude média de
900 km, realizava uma volta completa ao redor da Terra em 90 minutos. Desde então, milhares de
satélites e estações orbitais são
lançados e colocados em órbita
por meio de foguetes, dos quais se
separam ao atingir o ponto de vôo
orbital e a velocidade adequada.
Suas órbitas podem ser elípticas,
circulares ou polares e se situam
acima da atmosfera, em altitudes
variadas, exatamente para terem
uma visão privilegiada de todo o
nosso globo.
Um bom exemplo são os satélites utilizados em comunicação.
Ao se situarem em uma altitude
de aproximadamente 36.000 km
sobre um ponto do Equador,
acompanham o movimento de
rotação terrestre e conseguem rapidamente retransmitir sinais eletromagnéticos, como as ondas de
rádio e TV, de um ponto da Terra
a outro (vale lembrar que esses sinais se propagam com a velocidade da luz -300.000 km/s). Esses
satélites são geoestacionários, ou
seja, para um observador na Terra, o satélite encontra-se parado
sobre sua cabeça, portanto seu período é igual ao da Terra: 24 horas.
Outro grupo de satélites que se
destaca é o GPS (Global Positioning System -Sistema de Posicionamento Global). Esse sistema
tem como base uma rede de 24 satélites artificiais, distribuídos em
seis órbitas circulares em torno da
Terra, a uma altitude de aproximadamente 20.000 km. Percorrem o comprimento da órbita a
cada 12 horas e são colocados de tal modo que, para um usuário em qualquer ponto do globo, seis deles são sempre visíveis. Dessa forma, um número mínimo de quatro satélites estará sempre disponível para fornecer as três coordenadas de posição (latitude, longitude e altitude), a velocidade e o
tempo estimados do usuário. Essa precisa localização tridimensional é utilizada em navegação aérea e marítima, por pilotos de rali, arqueólogos, geólogos em busca de água e petróleo e para mapeamento de áreas de mananciais, entre outras aplicações.
Tarso Paulo Rodrigues é professor e coordenador de física do Colégio Augusto Laranja
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