São Paulo, terça-feira, 31 de outubro de 2006
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CARREIRA

Terapia ocupacional une saúde com social

Carreira trabalha pela reabilitação física, social e emocional do paciente

André Porto/Folha Imagem
Débora Lacerda Saes, com boneca usada em tratamentos, na USP


VINÍCIUS CAETANO SEGALLA
DA REPORTAGEM LOCAL

Um profissional dotado de formação na área social e na de saúde, capaz de trabalhar em lugares tão díspares como um hospital, uma creche e um presídio. Este é o terapeuta ocupacional, um agente da saúde que cuida não só dos males físicos das pessoas mas também dos sociais e psicológicos.
Ainda pouco conhecida, a carreira gera dúvidas sobre quais são suas verdadeiras atribuições. Pela definição do Coffito (Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional), a profissão é "uma área do conhecimento voltada à prevenção e ao tratamento de indivíduos portadores de alterações cognitivas, afetivas e psicomotoras por meio da utilização da atividade humana".
Nas palavras da professora Isabela de Oliveira Lussi, do curso da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), a terapia ocupacional trabalha pela reabilitação física, social e emocional de pessoas que nasceram com alguma disfunção física ou que adquiriram problemas ou traumas ao longo da vida.
O instrumento de trabalho é a atividade humana nos seus diferentes aspectos, desde ações diárias de higiene e vestuário até práticas de lazer e trabalho. "Em geral, trabalhamos com pessoas marginalizadas, que sofrem preconceitos por diferentes motivos. No social, o trabalho é com população de rua, adolescentes de periferia. Fazemos atividades para discutir direitos. Por exemplo, usamos o dispositivo de uma atividade de recorte, artesanal, para discutir questões de cidadania", explica a professora.
Na área de saúde, a atuação geralmente se dá em conjunto com equipes de médicos, enfermeiros e fisioterapeutas. "Lidamos até com bebês prematuros, no que chamamos de estimulação precoce. Estimulamos o desenvolvimento psicomotor da criança recém-nascida", explica Lussi.
Segundo a professora, a principal diferença em relação à fisioterapia é que esta cuida dos movimentos do corpo, estimulando órgãos e membros. Já a terapia ocupacional trata das funções destes movimentos, para que eles servem e como utilizá-los no cotidiano.
Para a estudante Débora Lacerda Saes, que está no terceiro ano de TO -como o curso é conhecido- na USP, o mais interessante na profissão é a área social. "Gostaria de trabalhar em um assentamento de sem-terra, em atividades com as crianças, de educação e promoção de saúde."
Débora cursou o magistério no ensino médio e a área de educação, de alguma forma, nunca foi esquecida. Apesar da veia social, ela conta que não teve problemas nas aulas mais técnicas do primeiro ano. "Os professores são bons, e é interessante ter uma noção ampla de todas as áreas da terapia ocupacional. Também pode me ajudar para concursos públicos, que é outro caminho."


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