São Paulo, Terça-feira, 01 de Fevereiro de 2000


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MÚSICA
Evento, que acontece hoje e nas próximas duas terças-feiras, tem representantes dos três estilos musicais
Festival reúne rap, hip hop e rock'n'roll

free-lance para a Folha

O Happy Hip Rock, festival que acontece durante três terças-feiras consecutivas, a partir de hoje, no Credicard Hall, em São Paulo, reúne representantes do rock brasileiro, do hip hop e do rap.
É, na definição de uma das suas organizadoras, Sandra Cavalheiro, a oportunidade de o grande público ouvir o som feito na periferia, mas "do outro lado da ponte". Ela quer dizer que o rap e o hip hop, estigmatizados pela violência de seus shows, afastam os eventuais interessados.
"Em um show em uma casa como o Credicard Hall, há a segurança e o conforto necessários para se ouvir a música sem a inibição de preconceitos", diz.
Pato Fu, Ultraje a Rigor e Capital Inicial, bandas que lançaram álbuns de rock no ano passado, dividirão o palco na abertura com o rap do Câmbio Negro.
No segundo dia, o de sonoridade mais pesada, é a vez de o vocalista do Planet Hemp, Marcelo D2, mostrar seu trabalho solo, "Eu Tiro É Onda", e a mistura de mangue beat com hardcore do Sheik Tosado (ver programação ao lado). Em várias das letras dos demais grupos, há gritos de protesto contra a violência e o preconceito racial.
O festival não tem apenas música. Durante os shows, breakers, dançarinos de corpo retorcido e esguio, coreografam as músicas. É um tipo de dança que interrompe abruptamente os movimentos ("break" significa quebrar, em inglês), num estilo que surgiu nos metrôs e festas do bairro de nova-iorquino do Bronx.
Além dos breakers, telas estarão dispostas para que os grafiteiros manifestem sua arte ali mesmo, no meio do show e da coreografia. Foram convidados Binho, que esteve recentemente no Japão representando o Brasil nesse tipo de arte, e Vitché, que também já representou o grafite brasileiro na Europa.
A primeira idéia do Happy Hip Rock surgiu no ano passado no 1º Festival de Rap, que levou 30 mil pessoas ao Anhembi, em março de 99, para assistir a 18 bandas em um único dia. Os organizadores, em vista do sucesso, resolveram apresentar o projeto do festival de rap e hip hop em uma casa que pudesse atrair patrocinadores.
"No festival, encontramos muita resistência das empresas em investir dinheiro nesse tipo de música", explica Cavalheiro. "Além do mais, o hip hop já se espalhou em determinadas faixas de público mais amplas, o que poderia atrair investidores", conclui a produtora. O festival foi bancado pelas empresas patrocinadoras do Credicard Hall.
Finalizando as atrações, uma turma de skatistas irá mostrar a habilidade do esporte em rampas especialmente construídas.
(DEMETRIUS CAESAR)

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