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MÚSICA
Evento, que acontece hoje e nas próximas duas terças-feiras, tem representantes dos três estilos musicais
Festival reúne rap, hip hop e rock'n'roll
free-lance para a Folha
O Happy Hip Rock, festival que
acontece durante três terças-feiras consecutivas, a partir de hoje,
no Credicard Hall, em São Paulo,
reúne representantes do rock brasileiro, do hip hop e do rap.
É, na definição de uma das suas
organizadoras, Sandra Cavalheiro, a oportunidade de o grande
público ouvir o som feito na periferia, mas "do outro lado da ponte". Ela quer dizer que o rap e o
hip hop, estigmatizados pela violência de seus shows, afastam os
eventuais interessados.
"Em um show em uma casa como o Credicard Hall, há a segurança e o conforto necessários para se ouvir a música sem a inibição de preconceitos", diz.
Pato Fu, Ultraje a Rigor e Capital Inicial, bandas que lançaram
álbuns de rock no ano passado,
dividirão o palco na abertura com
o rap do Câmbio Negro.
No segundo dia, o de sonoridade mais pesada, é a vez de o vocalista do Planet Hemp, Marcelo
D2, mostrar seu trabalho solo,
"Eu Tiro É Onda", e a mistura de
mangue beat com hardcore do
Sheik Tosado (ver programação
ao lado). Em várias das letras dos
demais grupos, há gritos de protesto contra a violência e o preconceito racial.
O festival não tem apenas música. Durante os shows, breakers,
dançarinos de corpo retorcido e
esguio, coreografam as músicas. É
um tipo de dança que interrompe
abruptamente os movimentos
("break" significa quebrar, em inglês), num estilo que surgiu nos
metrôs e festas do bairro de nova-iorquino do Bronx.
Além dos breakers, telas estarão
dispostas para que os grafiteiros
manifestem sua arte ali mesmo,
no meio do show e da coreografia.
Foram convidados Binho, que esteve recentemente no Japão representando o Brasil nesse tipo de
arte, e Vitché, que também já representou o grafite brasileiro na
Europa.
A primeira idéia do Happy Hip
Rock surgiu no ano passado no 1º
Festival de Rap, que levou 30 mil
pessoas ao Anhembi, em março
de 99, para assistir a 18 bandas em
um único dia. Os organizadores,
em vista do sucesso, resolveram
apresentar o projeto do festival de
rap e hip hop em uma casa que
pudesse atrair patrocinadores.
"No festival, encontramos muita resistência das empresas em investir dinheiro nesse tipo de música", explica Cavalheiro. "Além
do mais, o hip hop já se espalhou
em determinadas faixas de público mais amplas, o que poderia
atrair investidores", conclui a
produtora. O festival foi bancado
pelas empresas patrocinadoras
do Credicard Hall.
Finalizando as atrações, uma
turma de skatistas irá mostrar a
habilidade do esporte em rampas
especialmente construídas.
(DEMETRIUS CAESAR)
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