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MODA
Celebridades fazem peregrinação pelos estandes da SP Fashion Week atrás de presentinhos, mas às vezes são barradas
Comida grátis e brindes atraem famosos
IVAN FINOTTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Enquanto os desfiles acontecem
nas passarelas, é nos corredores
da São Paulo Fashion Week que
ocorre a batalha dos famosos
atrás de canapés, drinques e, principalmente, brindes.
O objetivo final é entrar nos
"hospitality centers", nomenclatura fashion para o velho estande
de empresa. São cerca de duas dúzias espalhados pelos dois andares do prédio da Bienal, mas não
são tão hospitaleiros como o nome indica: para entrar ali, é necessário portar convite ou um rosto
conhecido. O que torna dura a vida das semicelebridades.
Ticiane Pinheiro, por exemplo,
vai sair na capa da "Playboy" de
março com sua mãe, a Garota de
Ipanema Helô Pinheiro. Mas em
janeiro ainda é desconhecida o
suficiente para ser barrada na
porta do estande da Nivea.
Voltou à carga no estande vizinho, da Telesp Celular. Entrou,
mas queria mesmo um aparelho.
"Olha o meu! Está tão velhinho...
Me dá um novo?", pediu, sem sucesso. Desconsolada, acabou se
contentando com um refrigerante
grátis no estande da Coca Light.
Além dos presentes caros, os
"hospitality centers" também
atraem por servir comes e bebes
elaborados. Pode-se degustar
champanhe, uísque, cerveja ou
refrigerante, tudo de graça. As comidas vão de torrada de ricota
com geléia de pimenta a minissanduíches de frango ao curry
com gergelim negro.
Tudo reservado para as celebridades, os clientes das empresas ou
ainda para qualquer um que tiver
um amigo lá dentro. Já para a
maioria das 12 mil pessoas que visitam a São Paulo Fashion Week
diariamente, é preciso pagar R$ 14
por um sanduíche ou R$ 5 por
uma fatia de pizza.
"Ai, estava tão frustrada de não
ganhar presentinho", aliviou-se a
bem-humorada Leka (outra do
"Big Brother", também "Playboy") após receber um kit da Nivea. "Será que aqui é melhor? Tomara!", exclamou, entrando para
explorar o estande vizinho.
Monique Evans é muito mais
famosa, mas nem isso garante um
tratamento hipermegavip. Se ela
estava carregada de sacolas, infelizmente não eram os presentes
top que tanto gostaria.
"Eu também queria um telefone", reclamou, ao sair do estande
da Samsung anteontem. "Mas
ofereceram só uma bolsinha de
pelinho. Tu acha que eu devia pedir? Não pode, não. Sou chique!",
finalizou.
O nadador Fernando Scherer
faz um estilo mais "low profile":
"Não fico entrando nos estandes,
não. Estou interessado nos desfiles". Mas nem assim ele consegue
escapar da generosidade de tantos
patrocinadores. "Se ganhei alguma coisa? Não... Só um celular e
uns cremes da Nivea. Ah! E também um kit do Ricardo Almeida",
completa.
Outro que parece mais interessado na passarela do que nos corredores é Max Fivelinha, que quer
apresentar este ano um programa
de moda na MTV.
"Estou pesquisando, mas gostei
de pouca coisa", revela. E resume:
"Este ano está meio fraco mesmo.
E de brindes também. Até agora
não ganhei nada!".
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