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Comida - Crítica
Nur oferece pratos árabes tradicionais e amplia leque gastronômico da rua Tupi
JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA
O mais novo restaurante
árabe da cidade tem na
cozinha (e como sócio)
um marroquino da gema. O
Nur, aberto no final do ano com
a intenção de servir pratos sírios e libaneses mas também de
outras origens do mundo árabe, fica num local que vem
agrupando vários restaurantes
e chama a atenção pela decoração típica (mas sem exageros) e
pelas mesas e bancos do lado de
fora, gostosa opção para comer
em noites frescas, já que a rua
Tupi é bem tranquila.
Daniel Marciano, o marroquino, nasceu em Casablanca
há 37 anos e vive no Brasil há 11.
Engenheiro elétrico de formação, ele vem de uma família ligada à gastronomia -cozinheiros, pâtissiers e restaurateurs-
e sempre cozinhou. Terminou
aderindo à profissão, quando
sete anos atrás abriu o De La
Paix, que continua funcionando também na rua Tupi. Foi onde conheceu seu atual sócio no
Nur, Ricardo Cimerman, 38,
seu fornecedor de cogumelos
shiitake.
É difícil aceitar que num local com esse pedigree (realçado
pela presença, num sofazinho
interno, de vários narguilés
-os enormes cachimbos do
Oriente Médio), a esfiha seja
tão decepcionante -mas é.
Uma massa borrachuda que dá
preguiça de enfrentar. É o
oposto do que acontece com o
pão sírio, finíssimo, e com as
pastas da casa, de boa qualidade
(como o homus, o babaganuch
e a coalhada seca). Menos mal.
Entre os pratos principais
não faltam standards como os
michuis (espetos grelhados de
frango, cordeiro, filé, kafta
-carne moída) e os charutinhos de folha de uva. Mas
atraem mais a atenção opções
como fateh (carne na coalhada
com pão sírio temperada com
alho e amêndoas), com um toque adocicado, apesar de um
pouco seca; e o cordeiro com
feijão-branco com tomates e
pimenta-malagueta: na verdade, esperava um cordeiro calmamente cozido e amaciado
com o feijão (ele vem ao ponto,
ainda muito firme), mas o feijão-branco é bem amalgamado
ao molho de tomates (só faltou
a presença da anunciada malagueta -foi preciso pedir à parte). Como acompanhamentos,
funcionam bem o cuscuz com
legumes e seu caldo e o tradicional arroz marroquino. As
doces sobremesas (de semolina, ninho de pistache) ficam
expostas no meio do salão.
josimar@basilico.com.br
NUR
Avaliação: regular
Endereço: r. Tupi, 792,
Pacaembu, tel. 0/xx/ 11/3666-4992
Funcionamento: seg., das
12h às 16h; ter. a sex., das
12h às 16h e das 19h30 à 0h;
sáb., das 12h às 17h e das
19h30 à 0h; dom., das 12h às
17h
Ambiente: agradável, com
decoração oriental discreta e
mesas quase na calçada
Serviço: simpático, num
movimento ainda calmo
Vinhos: o mínimo necessário
Cartões: Visa
Estacionamento: não tem (manobrista grátis)
Preços: couvert, R$ 8;
entradas, R$ 7,50 a R$ 18;
pratos principais, R$ 13
a R$ 36; sobremesas, R$ 3,50 a R$ 6
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