São Paulo, quinta-feira, 01 de fevereiro de 2007

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Comida - Crítica

Nur oferece pratos árabes tradicionais e amplia leque gastronômico da rua Tupi

JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA

O mais novo restaurante árabe da cidade tem na cozinha (e como sócio) um marroquino da gema. O Nur, aberto no final do ano com a intenção de servir pratos sírios e libaneses mas também de outras origens do mundo árabe, fica num local que vem agrupando vários restaurantes e chama a atenção pela decoração típica (mas sem exageros) e pelas mesas e bancos do lado de fora, gostosa opção para comer em noites frescas, já que a rua Tupi é bem tranquila.
Daniel Marciano, o marroquino, nasceu em Casablanca há 37 anos e vive no Brasil há 11. Engenheiro elétrico de formação, ele vem de uma família ligada à gastronomia -cozinheiros, pâtissiers e restaurateurs- e sempre cozinhou. Terminou aderindo à profissão, quando sete anos atrás abriu o De La Paix, que continua funcionando também na rua Tupi. Foi onde conheceu seu atual sócio no Nur, Ricardo Cimerman, 38, seu fornecedor de cogumelos shiitake.
É difícil aceitar que num local com esse pedigree (realçado pela presença, num sofazinho interno, de vários narguilés -os enormes cachimbos do Oriente Médio), a esfiha seja tão decepcionante -mas é.
Uma massa borrachuda que dá preguiça de enfrentar. É o oposto do que acontece com o pão sírio, finíssimo, e com as pastas da casa, de boa qualidade (como o homus, o babaganuch e a coalhada seca). Menos mal.
Entre os pratos principais não faltam standards como os michuis (espetos grelhados de frango, cordeiro, filé, kafta -carne moída) e os charutinhos de folha de uva. Mas atraem mais a atenção opções como fateh (carne na coalhada com pão sírio temperada com alho e amêndoas), com um toque adocicado, apesar de um pouco seca; e o cordeiro com feijão-branco com tomates e pimenta-malagueta: na verdade, esperava um cordeiro calmamente cozido e amaciado com o feijão (ele vem ao ponto, ainda muito firme), mas o feijão-branco é bem amalgamado ao molho de tomates (só faltou a presença da anunciada malagueta -foi preciso pedir à parte). Como acompanhamentos, funcionam bem o cuscuz com legumes e seu caldo e o tradicional arroz marroquino. As doces sobremesas (de semolina, ninho de pistache) ficam expostas no meio do salão.


josimar@basilico.com.br

NUR
Avaliação: regular
Endereço: r. Tupi, 792, Pacaembu, tel. 0/xx/ 11/3666-4992
Funcionamento: seg., das 12h às 16h; ter. a sex., das 12h às 16h e das 19h30 à 0h; sáb., das 12h às 17h e das 19h30 à 0h; dom., das 12h às 17h
Ambiente: agradável, com decoração oriental discreta e mesas quase na calçada
Serviço: simpático, num movimento ainda calmo
Vinhos: o mínimo necessário
Cartões: Visa
Estacionamento: não tem (manobrista grátis)
Preços: couvert, R$ 8; entradas, R$ 7,50 a R$ 18; pratos principais, R$ 13 a R$ 36; sobremesas, R$ 3,50 a R$ 6


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