São Paulo, segunda-feira, 01 de fevereiro de 2010

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Metallica faz coro de 68 mil pessoas no Morumbi

Banda americana fez show impactante em SP com 2 horas de duração e mistura de sucessos do início da carreira com músicas do recente "Death Magnetic"

Espetáculo do quarteto de thrash metal teve fogos de artifício, lança-chamas e profissionalismo impecável; Queen foi homenageado

THIAGO NEY
RODRIGO RUSSO

DA REPORTAGEM LOCAL

Até a incessante chuva que molhou São Paulo por mais de um mês colaborou para que o Metallica fizesse um show impactante anteontem, no estádio do Morumbi. Em uma noite de clima agradável, 68 mil pessoas viram o grupo norte-americano despejar com rapidez e peso velhos sucessos de sua carreira de quase 30 anos.
James Hetfield (guitarra e vocal), Lars Ulrich (bateria), Kirk Hammett (guitarra) e Robert Trujillo (baixo) tocariam no local, ontem à noite, após o fechamento desta edição.
Em duas horas de apresentação, no sábado, a banda tocou 17 músicas -só quatro do disco mais recente, "Death Magnetic" (2008): "The Day that Never Comes", "That Was Just Your Life", "The End of the Line" e "Broken, Beat & Scarred".
As outras saíram de álbuns clássicos, como "Kill 'Em All", "Ride the Lightning", "Master of Puppets", "... And Justice for All" e "Metallica", lançados entre 1983 e 1991. Discos dos anos 1990 e 00 foram ignorados.
Após trecho de um faroeste de Sergio Leone, com trilha de Ennio Morricone, os quatro músicos entraram em cena às 21h40 (dez minutos de atraso).
O palco tinha cenário e produção bem simples se comparado com o de bandas que passaram recentemente pelo país, como o AC/DC. Um telão enorme preenchia os fundos, enquanto uma espécie de mezanino foi posicionado na parte de trás. Fora isso, o espetáculo teve fogos de artifício e vários lança-chamas, que eram acionados antes ou durante a execução de canções como "One".
Responsável por dar forma ao thrash metal nos anos 1980, aliando guitarras rápidas com vocais agressivos e bateria pesada, parece não se preocupar com adereços. Mas são extremamente profissionais.
Durante a performance da banda, fica nítido que os integrantes sabem exatamente como se movimentar, onde devem permanecer durante cada canção. Sabem que o palco é enorme e deve ser preenchido e que estão sendo seguidos por muitas câmeras. Algo necessário para um grupo que já vendeu mais de 100 milhões de discos e arrebanhou fãs de diferentes idades e estilos.
Esse profissionalismo não diminui a energia e a intensidade do show, graças à qualidade de músicas como "Master of Puppets", um clássico do heavy metal, ou "Creeping Death", que iniciou a apresentação.
Hetfield fala com o público com certa frequência. "Vocês estão sentindo? Estão sentindo o que estou sentindo?", pergunta algumas vezes. Ao tocar três faixas do disco mais recente, na sequência, ele quer saber se os fãs gostaram. "Sim? Não? Mais ou menos?" Eles vibram.
Já com mais de uma hora e meia de riffs, o Metallica caminha para o encerramento do show com "Nothing Else Matters", que é introduzida em um ritmo lento e logo se transforma em um rock pesado; e "Enter Sandman", cantada em coro por 68 mil pessoas.
Após minutos nos camarins, os músicos retornam ao palco. "Sempre homenageamos as bandas que nos inspiraram a tocar", diz Hetfield. "A banda de hoje é o... Queen." Fazem então uma versão demolidora de "Stone Cold Crazy".
O bis segue com a pauleira "Motorbreath" e se encerra com um de seus primeiros sucessos, "Seek & Destroy". Talvez um dos momentos mais pesados que o Morumbi já ouviu.


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