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Metallica faz coro de 68 mil pessoas no Morumbi
Banda americana fez show impactante em SP com 2 horas de duração e mistura de sucessos do início da carreira com músicas do recente "Death Magnetic"
Espetáculo do quarteto de thrash metal teve fogos de artifício, lança-chamas e profissionalismo impecável; Queen foi homenageado
THIAGO NEY
RODRIGO RUSSO
DA REPORTAGEM LOCAL
Até a incessante chuva que
molhou São Paulo por mais de
um mês colaborou para que o
Metallica fizesse um show impactante anteontem, no estádio do Morumbi. Em uma noite
de clima agradável, 68 mil pessoas viram o grupo norte-americano despejar com rapidez e
peso velhos sucessos de sua
carreira de quase 30 anos.
James Hetfield (guitarra e
vocal), Lars Ulrich (bateria),
Kirk Hammett (guitarra) e Robert Trujillo (baixo) tocariam
no local, ontem à noite, após o
fechamento desta edição.
Em duas horas de apresentação, no sábado, a banda tocou
17 músicas -só quatro do disco
mais recente, "Death Magnetic" (2008): "The Day that Never Comes", "That Was Just
Your Life", "The End of the Line" e "Broken, Beat & Scarred".
As outras saíram de álbuns
clássicos, como "Kill 'Em All",
"Ride the Lightning", "Master
of Puppets", "... And Justice for
All" e "Metallica", lançados entre 1983 e 1991. Discos dos anos
1990 e 00 foram ignorados.
Após trecho de um faroeste
de Sergio Leone, com trilha de
Ennio Morricone, os quatro
músicos entraram em cena às
21h40 (dez minutos de atraso).
O palco tinha cenário e produção bem simples se comparado com o de bandas que passaram recentemente pelo país,
como o AC/DC. Um telão enorme preenchia os fundos, enquanto uma espécie de mezanino foi posicionado na parte de
trás. Fora isso, o espetáculo teve fogos de artifício e vários
lança-chamas, que eram acionados antes ou durante a execução de canções como "One".
Responsável por dar forma
ao thrash metal nos anos 1980,
aliando guitarras rápidas com
vocais agressivos e bateria pesada, parece não se preocupar
com adereços. Mas são extremamente profissionais.
Durante a performance da
banda, fica nítido que os integrantes sabem exatamente como se movimentar, onde devem permanecer durante cada
canção. Sabem que o palco é
enorme e deve ser preenchido e
que estão sendo seguidos por
muitas câmeras. Algo necessário para um grupo que já vendeu mais de 100 milhões de discos e arrebanhou fãs de diferentes idades e estilos.
Esse profissionalismo não
diminui a energia e a intensidade do show, graças à qualidade
de músicas como "Master of
Puppets", um clássico do heavy
metal, ou "Creeping Death",
que iniciou a apresentação.
Hetfield fala com o público
com certa frequência. "Vocês
estão sentindo? Estão sentindo
o que estou sentindo?", pergunta algumas vezes. Ao tocar
três faixas do disco mais recente, na sequência, ele quer saber
se os fãs gostaram. "Sim? Não?
Mais ou menos?" Eles vibram.
Já com mais de uma hora e
meia de riffs, o Metallica caminha para o encerramento do
show com "Nothing Else Matters", que é introduzida em um
ritmo lento e logo se transforma em um rock pesado; e "Enter Sandman", cantada em coro
por 68 mil pessoas.
Após minutos nos camarins,
os músicos retornam ao palco.
"Sempre homenageamos as
bandas que nos inspiraram a
tocar", diz Hetfield. "A banda
de hoje é o... Queen." Fazem então uma versão demolidora de
"Stone Cold Crazy".
O bis segue com a pauleira
"Motorbreath" e se encerra
com um de seus primeiros sucessos, "Seek & Destroy". Talvez um dos momentos mais pesados que o Morumbi já ouviu.
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