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TELEVISÃO
Crítica
O cinema italiano tornou-se apenas digno
INÁCIO ARAÚJO
CRÍTICO DA FOLHA
É difícil dizer se a culpa de todos os males do cinema italiano
se chama Silvio Berlusconi, como acha o pessoal de cinema de
lá. Mas é claro que essa resposta é insuficiente. Como um cinema que, desde o pós-Guerra
foi talvez o mais inquieto e criativo do mundo, desaparece como que por encanto?
Aqui não é o lugar de procurar as respostas para tal questão. Mas pode-se notar que, como nos momentos mais deprimentes vividos pelo cinema
brasileiro, o que triunfa (ao menos do que nos chega, é claro)
na Itália hoje é o cinema "digno". Isto é, de talento mediano,
de ideias razoáveis, de atuações
corretas.
Nada do gênio cabotino de
Vittorio Gassman, da felicidade
contagiante de Marcelo Mastroianni, da beleza de Claudia
Cardinale, Sophia Loren e de
tantas mais. Temos, em troca,
"Caos Calmo" (TC Premium,
22h), a história de um homem
após a morte da própria mulher, seu luto, sua culpa, sua relação com o mundo. Nanni Moretti faz o homem no filme de
Antonio Luigi Grimaldi. Não é
rima, nem solução.
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