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São Paulo, terça-feira, 01 de abril de 2003

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ARTES PLÁSTICAS

Centro Universitário Maria Antônia e Galeria Vermelho, em São Paulo, oferecem mostras alternativas

Novos espaços revelam projetos ousados

DA REPORTAGEM LOCAL

Enquanto museus como o Masp passam por dificuldades financeiras que refletem na qualidade de seus trabalhos, espaços alternativos na cidade têm movimentado a cena de artes plásticas. O Centro Universitário Maria Antônia, vinculado à USP, é um deles. Tornou-se o porto principal da arte contemporânea brasileira, tendo à frente o curador Lorenzo Mammi.
"O Maria Antônia tem conseguido unir uma plataforma plural, com defesas de teses, debates, workshops e mostras de artistas de diversas correntes. Oferece uma programação ativa que reflete um lugar propositivo, o que faz a diferença com outras instituições que são, na verdade, um guichê", diz a curadora e crítica Lisette Lagnado.
Outro local que se tornou um pólo importante é um espaço comercial: a Galeria Vermelho. Inaugurada há dez meses e voltada especialmente para a fotografia, chama a atenção pela ousadia de seus projetos extra-exposições.
A fotógrafa Claudia Andujar, prestigiada no país, é uma das artistas a frequentar o espaço e pedir para ser representada pela Vermelho. "Fui muitas vezes para ver como é, fiquei impressionada pela seriedade dos trabalhos. Percebi que não é só um lugar comercial, mas tem um envolvimento grande na fotografia com uma visão humanista", diz Andujar.
Desde a década de 70, a fotógrafa trabalha com os índios yanomamis. No próximo mês, a Fundação Cartier, de Paris, apresenta a mostra "Yanomami, o Espírito da Floresta", com trabalhos de vários artistas estrangeiros sobre o tema, e que tem apenas dois brasileiros no time: Andujar, que expõe 40 imagens, e Adriana Varejão. No acerto com a galeria, Andujar fez um acordo raro: 30% do valor das vendas fica para os índios, 30% com a galeria Vermelho e 30% com a artista.
Até artistas de outras galerias têm participado dos eventos promovidos pela Vermelho. Foi o caso do mineiro Marco Paulo Rolla, representado pela Casa Triângulo. Há duas semanas, ele lançou lá o livro "O Visível e o Invisível na Arte Atual", e realizou uma performance. Outros oito artistas participaram da programação. O evento reuniu mais de 200 pessoas e, com o sucesso, deve ganhar uma segunda edição no segundo semestre, com curadoria de Lagnado. (FABIO CYPRIANO)


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