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ARTES PLÁSTICAS
Centro Universitário Maria Antônia e Galeria Vermelho, em São Paulo, oferecem mostras alternativas
Novos espaços revelam projetos ousados
DA REPORTAGEM LOCAL
Enquanto museus como o
Masp passam por dificuldades financeiras que refletem na qualidade de seus trabalhos, espaços
alternativos na cidade têm movimentado a cena de artes plásticas.
O Centro Universitário Maria Antônia, vinculado à USP, é um deles. Tornou-se o porto principal
da arte contemporânea brasileira,
tendo à frente o curador Lorenzo
Mammi.
"O Maria Antônia tem conseguido unir uma plataforma plural, com defesas de teses, debates,
workshops e mostras de artistas
de diversas correntes. Oferece
uma programação ativa que reflete um lugar propositivo, o que faz
a diferença com outras instituições que são, na verdade, um guichê", diz a curadora e crítica Lisette Lagnado.
Outro local que se tornou um
pólo importante é um espaço comercial: a Galeria Vermelho.
Inaugurada há dez meses e voltada especialmente para a fotografia, chama a atenção pela ousadia
de seus projetos extra-exposições.
A fotógrafa Claudia Andujar,
prestigiada no país, é uma das artistas a frequentar o espaço e pedir para ser representada pela
Vermelho. "Fui muitas vezes para
ver como é, fiquei impressionada
pela seriedade dos trabalhos. Percebi que não é só um lugar comercial, mas tem um envolvimento
grande na fotografia com uma visão humanista", diz Andujar.
Desde a década de 70, a fotógrafa trabalha com os índios yanomamis. No próximo mês, a Fundação Cartier, de Paris, apresenta
a mostra "Yanomami, o Espírito
da Floresta", com trabalhos de vários artistas estrangeiros sobre o
tema, e que tem apenas dois brasileiros no time: Andujar, que expõe 40 imagens, e Adriana Varejão. No acerto com a galeria, Andujar fez um acordo raro: 30% do
valor das vendas fica para os índios, 30% com a galeria Vermelho
e 30% com a artista.
Até artistas de outras galerias
têm participado dos eventos promovidos pela Vermelho. Foi o caso do mineiro Marco Paulo Rolla,
representado pela Casa Triângulo. Há duas semanas, ele lançou lá
o livro "O Visível e o Invisível na
Arte Atual", e realizou uma performance. Outros oito artistas
participaram da programação. O
evento reuniu mais de 200 pessoas e, com o sucesso, deve ganhar uma segunda edição no segundo semestre, com curadoria
de Lagnado.
(FABIO CYPRIANO)
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