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MÚSICA
"Guia do Mercado Brasileiro", com lista de 2.000 contatos, possui informações sobre aspectos legais e busca de parcerias
Livro faz radiografia da produção independente
ISRAEL DO VALE
DA REPORTAGEM LOCAL
A produção musical independente ganha um valioso aliado rumo à profissionalização. Nascido
dentro do espírito do fortalecimento das redes de informação
em voga nos bastidores da cena
cultural do país, o "Guia do Mercado Brasileiro de Música" é, a
um só tempo, radiografia e foto
de satélite de porção substancial
da infra-estrutura, entidades e
mecanismos que movimentam a
área musical brasileira, nos aspectos práticos e econômicos.
Primeiro lançamento da editora
Totem, em parceria com o Sebrae,
o livro tem edição preliminar de
1.900 exemplares, distribuídos
gratuitamente para profissionais
da área. Uma nova tiragem, vendida, será disponibilizada ao público nas grandes redes ainda no
final deste mês.
O projeto nasceu de uma constatação inquestionável: a enorme
carência de informações sistematizadas na área de cultura no Brasil. Para Ary Scapin, coordenador
do Núcleo de Cultura do Sebrae-SP, o guia "vai facilitar a criação
de uma rede de relacionamentos
no setor". Responsável pela organização e edição do livro, Marinilda Bertolete diz que se inspirou
no modelo de gestão francês, de
tradição na visualização do conjunto da produção cultural por
meio de publicações analíticas.
Na trilha das quatro edições do
pioneiro "Guia Brasileiro de Produção Cultural", de Edson Natale
(a última delas lançada em 2001),
este "Guia do Mercado..." atualiza
contatos e amplia horizontes.
Comparados, são sobretudo
complementares. Enquanto o de
Natale é uma cartilha detalhada
de cada etapa da produção cultural (do planejamento à realização,
passando pelo respaldo jurídico,
os cuidados gráficos, de execução
e divulgação), o de Marinilda dá
um passo atrás e visualiza o mercado musical como um todo, panoramicamente, para então desvendar o seu funcionamento (seja
no aspecto legal, do direito autoral, seja no dimensionamento do
mercado fonográfico e nas instituições do poder público e privado a que se pode recorrer para
parcerias).
Os quatro capítulos (Relações
Culturais, Mercado Fonográfico,
Artistas, Espetáculos e Mídia)
destrincham, em artigos e numa
ampla agenda, o entorno do principal produto brasileiro cultural
de exportação. Tanto é este o ponto de vista, que o guia nasceu antes em versões em inglês e francês,
lançadas no final do ano passado
no Midem, a mais vistosa vitrine
mundial da música -que teve,
em sua edição mais recente, o
Brasil como convidado de honra.
Os "gêmeos trilíngues" diferenciam-se em pouca coisa -um ou
outro artigo de foco mais endereçado a seu público-alvo nacional
ou internacional.
Sua única fragilidade decorre da
própria natureza do esforço de
congelar no tempo um sem-número de informações de um mercado dinâmico. Com um cardápio de cerca de 2.000 contatos, o
"Guia do Mercado..." lista em sua
agenda de contatos (uma específica para cada capítulo, organizada
por região do país e/ou ordem alfabética) alguns dados que envelheceram precocemente, em virtude da transição política -informações que serão reparadas
em parte na segunda edição e,
posteriormente, na versão on-line
que Marinilda pretende criar. "É a
única forma de mantê-lo realmente atualizado", constata.
GUIA DO MERCADO BRASILEIRO DE
MÚSICA. Editora Totem/Sebrae, 220
páginas. Distribuição gratuita para
profissionais do setor (pedidos pelo e-mail valmiro@sebraesp.com.br).
Lançamento: 24/4 (a confirmar) no
Sebrae SP (r. Vergueiro, 1.117, tel.: 0/xx/
11/3177-4595, Paraíso).
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