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São Paulo, terça-feira, 01 de abril de 2003

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MÚSICA

"Guia do Mercado Brasileiro", com lista de 2.000 contatos, possui informações sobre aspectos legais e busca de parcerias

Livro faz radiografia da produção independente

ISRAEL DO VALE
DA REPORTAGEM LOCAL

A produção musical independente ganha um valioso aliado rumo à profissionalização. Nascido dentro do espírito do fortalecimento das redes de informação em voga nos bastidores da cena cultural do país, o "Guia do Mercado Brasileiro de Música" é, a um só tempo, radiografia e foto de satélite de porção substancial da infra-estrutura, entidades e mecanismos que movimentam a área musical brasileira, nos aspectos práticos e econômicos.
Primeiro lançamento da editora Totem, em parceria com o Sebrae, o livro tem edição preliminar de 1.900 exemplares, distribuídos gratuitamente para profissionais da área. Uma nova tiragem, vendida, será disponibilizada ao público nas grandes redes ainda no final deste mês.
O projeto nasceu de uma constatação inquestionável: a enorme carência de informações sistematizadas na área de cultura no Brasil. Para Ary Scapin, coordenador do Núcleo de Cultura do Sebrae-SP, o guia "vai facilitar a criação de uma rede de relacionamentos no setor". Responsável pela organização e edição do livro, Marinilda Bertolete diz que se inspirou no modelo de gestão francês, de tradição na visualização do conjunto da produção cultural por meio de publicações analíticas.
Na trilha das quatro edições do pioneiro "Guia Brasileiro de Produção Cultural", de Edson Natale (a última delas lançada em 2001), este "Guia do Mercado..." atualiza contatos e amplia horizontes.
Comparados, são sobretudo complementares. Enquanto o de Natale é uma cartilha detalhada de cada etapa da produção cultural (do planejamento à realização, passando pelo respaldo jurídico, os cuidados gráficos, de execução e divulgação), o de Marinilda dá um passo atrás e visualiza o mercado musical como um todo, panoramicamente, para então desvendar o seu funcionamento (seja no aspecto legal, do direito autoral, seja no dimensionamento do mercado fonográfico e nas instituições do poder público e privado a que se pode recorrer para parcerias).
Os quatro capítulos (Relações Culturais, Mercado Fonográfico, Artistas, Espetáculos e Mídia) destrincham, em artigos e numa ampla agenda, o entorno do principal produto brasileiro cultural de exportação. Tanto é este o ponto de vista, que o guia nasceu antes em versões em inglês e francês, lançadas no final do ano passado no Midem, a mais vistosa vitrine mundial da música -que teve, em sua edição mais recente, o Brasil como convidado de honra. Os "gêmeos trilíngues" diferenciam-se em pouca coisa -um ou outro artigo de foco mais endereçado a seu público-alvo nacional ou internacional.
Sua única fragilidade decorre da própria natureza do esforço de congelar no tempo um sem-número de informações de um mercado dinâmico. Com um cardápio de cerca de 2.000 contatos, o "Guia do Mercado..." lista em sua agenda de contatos (uma específica para cada capítulo, organizada por região do país e/ou ordem alfabética) alguns dados que envelheceram precocemente, em virtude da transição política -informações que serão reparadas em parte na segunda edição e, posteriormente, na versão on-line que Marinilda pretende criar. "É a única forma de mantê-lo realmente atualizado", constata.


GUIA DO MERCADO BRASILEIRO DE MÚSICA. Editora Totem/Sebrae, 220 páginas. Distribuição gratuita para profissionais do setor (pedidos pelo e-mail valmiro@sebraesp.com.br). Lançamento: 24/4 (a confirmar) no Sebrae SP (r. Vergueiro, 1.117, tel.: 0/xx/ 11/3177-4595, Paraíso).


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