DA REPORTAGEM LOCAL

Reforma costuma ser sinônimo de dor de cabeça. Mas, na série que estréia hoje no A&E, o retumbar de martelos e a quebradeira de paredes adquirem proporções épicas, tanto nas cifras como na "mise-en-scène".
Os protagonistas de "Reforma é Lucro" são executivos de uma empresa especializada em transformar mausoléus em objetos de desejo imobiliário, a Trademark Properties.
O bonachão Richard C. Davis costuma chegar às casas que serão renovadas de helicóptero. Sua parceira, Ginger Alexander, parece mais preocupada com a chance de seu poodle se perder em meio a betoneiras que com o trabalho.
Em ritmo de missão impossível, dão um tom espetaculoso até à remoção de um ninho de ratos.
Seus gastos na recuperação dos imóveis chegam a US$ 1,5 milhão. Porém, como os valores que ganham com a venda das mansões são ainda mais astronômicos, a colheita, no final das contas, está mais que garantida para eles.
Renovar casas parece ser, à primeira vista, um tema restrito demais para mobilizar quem não seja arquiteto ou engenheiro.
Mas, em tempos de aumento da oferta de crédito imobiliário no Brasil, não há quem não se veja às voltas com a sofisticação de um acabamento ou a transformação de um cômodo em "home theater", mesmo para valorizar o bem antes de vendê-lo.
Pena que, aqui, pese a disparidade econômica. Enquanto a Trademark pode contratar, sem dó, arquitetos e engenheiros que custam caro, nas casas de "simples mortais" é preciso lidar com mão-de-obra pouco especializada e materiais de construção que nem sempre primam pela qualidade.
Nessa transposição de realidade, as dicas de reforma, que são o ponto alto do programa, diluem-se na impossibilidade de ter aquele piso, aquela suíte, aquela bancada de mármore. Nossas marteladas pouco estilizadas doem bem mais que as deles, não só no ouvido mas também no bolso.
(EDSON VALENTE)

Reforma É Lucro
Quando: hoje, às 18h, no A&E

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