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comentário
Sim, o trip hop existiu e agora ressuscita
BRUNO YUTAKA SAITO
DA REPORTAGEM LOCAL
É fácil entender por que
a cantora Róisín Murphy
diz que o trip hop nunca
existiu. Ser associada ao
seu antigo grupo, o Moloko, é ser associada a um
dos principais diluidores
da idéia inicial do estilo.
Mas o trip hop existiu
-o termo foi criado pela
revista "Mixmag" e difundido por jornalistas nos
anos 90 para definir a música surgida em Bristol, na
Inglaterra, a partir da cena
hip hop e dub. Inicialmente era uma sonoridade
mais instrumental, com
samples e batidas lentas,
mas carregadas de climas
que sugeriam viagens (daí
"trip").
Para o grande público, o
trip hop deu as caras com
"Blue Lines" (1991), estréia do Massive Attack.
Estavam ali as origens do
gueto, mas ao lado de possibilidades comerciais para quem apenas procurava
música climática.
Foi exatamente para essa direção que o Portishead apontou no disco
"Dummy" (1994). O trip
hop virava algo acessível
até para quem não se interessava por música eletrônica ou de raízes negras.
Logo surgiu a fórmula, e
os diluidores proliferaram. Moloko, Morcheeba
e Supreme Beings of Leisure partiam dessas credenciais (hip hop viajante)
para um pop mais fácil.
Hoje, a volta do Portishead
após 11 anos e a aparição
de projetos desafiadores,
como o Burial, indicam
que o trip hop ressuscitou,
ainda que agora sem a necessidade de um rótulo.
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