São Paulo, terça-feira, 01 de abril de 2008

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comentário

Sim, o trip hop existiu e agora ressuscita

BRUNO YUTAKA SAITO
DA REPORTAGEM LOCAL

É fácil entender por que a cantora Róisín Murphy diz que o trip hop nunca existiu. Ser associada ao seu antigo grupo, o Moloko, é ser associada a um dos principais diluidores da idéia inicial do estilo.
Mas o trip hop existiu -o termo foi criado pela revista "Mixmag" e difundido por jornalistas nos anos 90 para definir a música surgida em Bristol, na Inglaterra, a partir da cena hip hop e dub. Inicialmente era uma sonoridade mais instrumental, com samples e batidas lentas, mas carregadas de climas que sugeriam viagens (daí "trip").
Para o grande público, o trip hop deu as caras com "Blue Lines" (1991), estréia do Massive Attack. Estavam ali as origens do gueto, mas ao lado de possibilidades comerciais para quem apenas procurava música climática.
Foi exatamente para essa direção que o Portishead apontou no disco "Dummy" (1994). O trip hop virava algo acessível até para quem não se interessava por música eletrônica ou de raízes negras.
Logo surgiu a fórmula, e os diluidores proliferaram. Moloko, Morcheeba e Supreme Beings of Leisure partiam dessas credenciais (hip hop viajante) para um pop mais fácil. Hoje, a volta do Portishead após 11 anos e a aparição de projetos desafiadores, como o Burial, indicam que o trip hop ressuscitou, ainda que agora sem a necessidade de um rótulo.


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