DA REPORTAGEM LOCAL

Morreu ontem aos 96 anos em Atenas o cineasta norte-americano Jules Dassin. Ele estava gripado e internado numa clínica por causa de uma fratura no quadril havia duas semanas e sofria com a saúde deteriorada. A equipe médica, no entanto, não divulgou a causa da morte.
Nascido em 1911 em Connecticut, nos Estados Unidos, Dassin foi vítima da caça às bruxas promovida pelo senador Joseph McCarthy contra supostos comunistas nos anos 50 e se transferiu para a Europa.
O diretor de "Nunca aos Domingos" (1960), pelo qual ganhou o Oscar, e clássicos como "A Cidade Nua" (1948) e "Rififi" (1955), premiado pela melhor direção no Festival de Cannes, vivia em Atenas desde 1959 e se casou com a atriz e ex-ministra da Cultura grega Melina Mercuri, morta em 1994.
O ator recém-falecido Richard Widmark foi protagonista de "Sombras do Mal" (1950), um clássico noir dirigido por Dassin, que ficou conhecido por transitar entre vários gêneros, da crônica social ao suspense.
Ao lado da mulher, Dassin passou os últimos anos da vida brigando pela devolução dos frisos do Parthenon, hoje no British Museum em Londres, à Grécia. "Sua paixão, sua energia criativa, seu espírito combativo e sua hombridade são inesquecíveis", disse ontem o primeiro-ministro grego Costas Karamanlis.