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BNDES aumenta em 16% repasses a cinema em 2009
Aumento de R$ 2 milhões em recursos deverá privilegiar produção de documentários em vez de filmes de ficção
Produtores de longas dizem que é difícil ter patrocínio; BNDES diz que foco em documentários se deve à "vocação crescente" do gênero
SAMANTHA LIMA
DA SUCURSAL DO RIO
O BNDES vai divulgar neste
mês as regras para seleção dos
projetos audiovisuais que receberão recursos por meio de incentivo fiscal. O edital sai com
atraso de um mês em relação ao
calendário do ano passado. Os
recursos crescerão 16% em relação ao último edital, de R$ 14
milhões para R$ 16 milhões.
O BNDES alega que atrasou a
divulgação para dar tempo para
que os produtores obtivessem
documentos e certificados necessários, além de aguardar o
resultado da seleção da Petrobras, previsto para julho. Os
projetos precisam do aval do
Ministério da Cultura antes para se candidatar aos recursos.
O aumento, no entanto, não
vai trazer alívio para os produtores de longas de ficção. Os R$
2 milhões excedentes - 14% do
programa baseado na Lei do
Audiovisual - serão destinados
à produção de documentários.
Produtores de longas de ficção têm se queixado das dificuldades de fechar o orçamento
das produções no último ano.
Primeiro, porque a Petrobras
passou um ano sem divulgar
seu edital, no valor de R$ 20
milhões. Segundo, porque empresas que vinham aumentando o apoio a cinema via leis de
incentivo nos últimos anos decidiram rever ou suspender
seus programas, após a crise.
Segundo o BNDES, o maior
incentivo aos documentários
se deve "à vocação crescente
deste tipo de produção no cinema brasileiro e mundial".
Com a decisão, os documentários voltam a ter participação
superior a 10% no edital de cinema do BNDES. Em 2005 e
2006, o apoio à produção de documentários correspondeu a,
respectivamente, 3% e 6% dos
recursos do edital de cinema,
na casa dos R$ 12 milhões.
A decisão traz a destinação
de recursos a documentário a
patamares próximos ao período anterior à gestão de Guido
Mantega e Carlos Kawall, que
dirigiram o banco de 2005 a
2006. No período em que Carlos Lessa presidiu o banco, de
2003 a 2004, os documentários
levaram mais de 20% dos R$ 15
milhões das verbas de cinema.
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