São Paulo, sexta-feira, 01 de abril de 2011

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Luluzinha volta em intrigas dos anos 50

Primeiro número do gibi vem com almanaque em que a versão teen dos personagens apresenta turma clássica

Histórias que retornam às bancas foram feitas por John Stanley e Irving Tripp e com supervisão de Marge

Fotos Ediouro/Divulgação
Histórias da turma de Luluzinha que fazem parte do primeiro gibi e chegam às bancas brasileiras neste mês pela Ediouro

DE SÃO PAULO

Longe das bancas há uma geração, Luluzinha retorna com o charme retrô acentuado: vem em histórias que apareceram nos anos 1950.
Com tiragem inicial de 40 mil exemplares, as duas primeiras edições das revistinhas de Lulu que chegam agora às bancas fazem parte da coletânea "The Treasure Map and Other Stories", que sai em maio nos EUA.
Essas e as histórias que serão lançadas em seguida foram criadas, em sua maioria, por John Stanley e Irving Tripp, que trabalhavam sob supervisão da criadora de Lulu, para guiar as intrigas da turma.
Stanley foi o responsável por ter transformado as charges da menina inventada por Marge em histórias como as conhecemos hoje, tendo criado muitos dos personagens que se tornaram clássicos junto com Luluzinha.
"As histórias da Luluzinha e sua turma tratam de temas universais e atemporais", diz Daniel Stycer, editor-chefe do selo Pixel, da Ediouro, responsável pela publicação.
Ninguém ali tem superpoderes, não há adaptações ou tentativas de inserir diversões modernas nas histórias em que os personagens brigavam pela conquista de territórios imaginários no próprio bairro ou lavavam cachorros da vizinhança.
A certa altura, um disco de vinil surge como figurante, e às vezes entram em cena armas de brinquedo e serrotes -estranhos a um mundo que os rejeita totalmente ou que, de modo paradoxal, os substitui por armas bem menos pacatas. As histórias, porém, mantiveram o viço.
"São meninos e meninas muito engraçados, que gostam de pregar peças uns nos outros, que falam e fazem bobagens e se divertem como qualquer criança de qualquer país, de qualquer época", diz o editor.
Mesmo assim, o primeiro volume de "Luluzinha" vem com uma espécie de guia de viagem para os novos leitores -um almanaque de 32 páginas sobre quem é essa Lulu de cachos e vestido.
A volta à versão tradicional da Luluzinha não aposenta a releitura teen -lançada na esteira da "Turma da Mônica Jovem", em 2009-, em que Bolinha, logo ele, fica magro, e Luluzinha perde os cachos, as bochechas, o vestido, o laço.
Nesse sentido, o retorno da Luluzinha clássica, com Bolinha, Careca, Alvinho, Aninha e a bruxinha Memeia, não deixa de ter seu risco. "A partir dos 90, as HQs passaram a enfrentar concorrentes como animações cada vez mais sofisticadas, games e a internet", diz Stycer.
Mas ele é otimista. "A Luluzinha vai atingir adultos saudosos. E os personagens vão encantar as crianças de hoje, assim como em outras gerações." (ALEXANDRA MORAES)

LULUZINHA

EDITORA Pixel/Ediouro
QUANTO R$ 3,10 (48 págs.)


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