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TEATRO
Nicette Bruno e Sueli Franco dividem estatueta de melhor atriz; monólogo "Cartas de Rodez" fatura dois troféus
11 º Prêmio Shell tem noite de surpresas
GILBERTO DE ABREU
free-lance para a Folha
A cerimônia de entrega do 11º
Prêmio Shell para o teatro brasileiro aos melhores do ano de 1998,
realizada anteontem no hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, foi marcada por um fato inédito
e uma grande surpresa.
Pela primeira vez na história do
evento, o júri decidiu premiar duas
concorrentes da mesma categoria.
Nicette Bruno e Sueli Franco dividiram a estatueta de melhor atriz
por seus desempenhos no espetáculo ""Somos Irmãs".
A surpresa ficou por conta da dupla premiação do monólogo ""Cartas de Rodez", que rendeu ao casal
Stephane Brodt e Ana Teixeira os
prêmios de melhor ator e melhor
direção.
""Estou surpresa! Tivemos muitas dificuldades na produção desta
peça e o fato de termos sido duplamente premiados é gratificante. O
teatro é pobre antes de tudo, mas
não precisa ser miserável", disse a
diretora.
""Cartas de Rodez", apresentado
no Rio no diminuto auditório do
hospital psiquiátrico Phillipe Pinel, cumprirá temporada de seis
apresentações no Sesc Consolação,
em São Paulo, na próxima semana,
entre os dias 7 e 11 de abril.
A cerimônia de premiação do 11º
Prêmio Shell, que reuniu cerca de
200 convidados, entre atores, produtores e diretores, foi apresentada com desenvoltura pelo ator
Paulo Goulart.
Estiveram presentes na cerimônia os atores Ary Fontoura, Edwin
Luisi, Guilherme Karam, Carlos
Zara, Eva Wilma, Zezé Polessa,
Deborah Evelyn, Cristiane Torloni, Analu Prestes, Lucinha Lins e
Letícia Sabatella, entre outros.
Ao anunciar as concorrentes ao
prêmio de melhor atriz, entre as
quais estava sua mulher, Nicette
Bruno, Goulart comparou-se à
atriz italiana Sophia Loren, numa
alusão ao último Oscar, quando ela
passou às mãos do também italiano Roberto Benigni a estatueta de
melhor ator.
Novas categorias
Simone Guimarães, coordenadora de investimentos sociais da
Shell -cargo que durante duas
décadas pertenceu a João Madeira- disse à Folha que o Prêmio
Shell do ano que vem deverá ter
uma nova categoria: melhor espetáculo.
""Concorrerão ao prêmio as quatro melhores montagens encenadas neste ano. Esta é mais uma maneira de endossar a qualidade do
trabalho desenvolvido pela classe
teatral brasileira", afirmou Simone.
O crítico de teatro Lionel Fisher
-que integra o júri carioca juntamente com Aracy Cardoso, Bernardo Jablonsky, Fabiana Valor e
Maria Fernanda Meirelles- revelou que também é cogitada a criação dos prêmios de melhor ator e
atriz coadjuvantes.
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