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Andrea Matarazzo é o novo secretário de Cultura de São Paulo
Ex-secretário das subprefeituras e ex-ministro de FHC, ele substitui João Sayad, que vai presidir a TV Cultura
Pasta estadual tem agora como principal vitrine a construção do Teatro da Dança, projeto na região da Luz orçado em R$ 300 mi
MÔNICA BERGAMO
COLUNISTA DA FOLHA
O empresário e ex-ministro
Andrea Matarazzo assume neste mês a Secretaria de Estado
da Cultura de São Paulo. Trata-se de um dos mais próximos
amigos do ex-governador José
Serra (PSDB-SP) e também do
candidato ao governo do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB-SP). Procurado pela Folha,
Matarazzo não se manifestou.
Ele substituirá o economista
João Sayad no cargo. Há uma
semana, Sayad decidiu sair da
pasta para concorrer à presidência da Fundação Padre Anchieta, que controla a TV Cultura, abortando a candidatura
do jornalista Paulo Markun,
até então considerado o nome
favorito para o cargo.
Matarazzo é um dos principais quadros do PSDB. Foi ministro das Comunicações no
governo de Fernando Henrique Cardoso e secretário das
Subprefeituras de São Paulo,
um dos principais cargos da administração municipal, quando
Serra ainda era prefeito.
No momento em que assume
a pasta, a Secretaria de Estado
da Cultura tem como principal
vitrine a construção do Teatro
da Dança, projeto do escritório
da dupla de arquitetos suíços
Jacques Herzog e Pierre De
Meuron na região da Luz, com
orçamento de R$ 300 milhões.
Também estão na pauta a
transferência, atrasada em
quase um ano, do Museu de Arte Contemporânea da USP para o antigo prédio do Detran,
no Ibirapuera, e a consolidação
do programa Fábricas de Cultura, que tenta instalar oficinas
culturais para jovens em nove
regiões carentes de São Paulo.
A gestão do ex-secretário
João Sayad à frente da pasta
também foi marcada pela defesa do modelo das organizações
sociais, em que entidades privadas recebem verbas públicas
para gerir órgãos culturais no
Estado, o que levou a um confronto direto entre a Secretaria
da Cultura paulista e o Ministério da Cultura, que defende
um modelo mais estatizante.
Matarazzo está afastado da
vida pública desde que entregou o cargo de secretário das
Subprefeituras no meio do ano
passado, em protesto contra
cortes orçamentários do prefeito Gilberto Kassab.
No antigo cargo, Matarazzo
ficou conhecido pelo que adversários políticos chamaram
de política higienista e conservadora.
Ele não teve até hoje nenhum envolvimento com a
área da cultura. Em meio à crise na Fundação Bienal de São
Paulo, no ano passado, Matarazzo foi cotado para presidir a
instituição, mas recusou.
Colaborou SILAS MARTÍ , da Reportagem Local
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