São Paulo, sábado, 01 de maio de 2010

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Andrea Matarazzo é o novo secretário de Cultura de São Paulo

Ex-secretário das subprefeituras e ex-ministro de FHC, ele substitui João Sayad, que vai presidir a TV Cultura

Pasta estadual tem agora como principal vitrine a construção do Teatro da Dança, projeto na região da Luz orçado em R$ 300 mi

MÔNICA BERGAMO
COLUNISTA DA FOLHA

O empresário e ex-ministro Andrea Matarazzo assume neste mês a Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo. Trata-se de um dos mais próximos amigos do ex-governador José Serra (PSDB-SP) e também do candidato ao governo do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB-SP). Procurado pela Folha, Matarazzo não se manifestou. Ele substituirá o economista João Sayad no cargo. Há uma semana, Sayad decidiu sair da pasta para concorrer à presidência da Fundação Padre Anchieta, que controla a TV Cultura, abortando a candidatura do jornalista Paulo Markun, até então considerado o nome favorito para o cargo. Matarazzo é um dos principais quadros do PSDB. Foi ministro das Comunicações no governo de Fernando Henrique Cardoso e secretário das Subprefeituras de São Paulo, um dos principais cargos da administração municipal, quando Serra ainda era prefeito. No momento em que assume a pasta, a Secretaria de Estado da Cultura tem como principal vitrine a construção do Teatro da Dança, projeto do escritório da dupla de arquitetos suíços Jacques Herzog e Pierre De Meuron na região da Luz, com orçamento de R$ 300 milhões. Também estão na pauta a transferência, atrasada em quase um ano, do Museu de Arte Contemporânea da USP para o antigo prédio do Detran, no Ibirapuera, e a consolidação do programa Fábricas de Cultura, que tenta instalar oficinas culturais para jovens em nove regiões carentes de São Paulo. A gestão do ex-secretário João Sayad à frente da pasta também foi marcada pela defesa do modelo das organizações sociais, em que entidades privadas recebem verbas públicas para gerir órgãos culturais no Estado, o que levou a um confronto direto entre a Secretaria da Cultura paulista e o Ministério da Cultura, que defende um modelo mais estatizante. Matarazzo está afastado da vida pública desde que entregou o cargo de secretário das Subprefeituras no meio do ano passado, em protesto contra cortes orçamentários do prefeito Gilberto Kassab. No antigo cargo, Matarazzo ficou conhecido pelo que adversários políticos chamaram de política higienista e conservadora. Ele não teve até hoje nenhum envolvimento com a área da cultura. Em meio à crise na Fundação Bienal de São Paulo, no ano passado, Matarazzo foi cotado para presidir a instituição, mas recusou.


Colaborou SILAS MARTÍ , da Reportagem Local


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