São Paulo, terça-feira, 01 de junho de 2004

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ANIMAÇÃO

Repaginado, "Astro Boy" voa novamente

DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

A sua televisão anda infestada por robôs, naves espaciais e serezinhos de olhos grandes? Pode colocar a culpa em "Astro Boy", primeiro personagem de sucesso da animação japonesa, que volta ao Cartoon Network em nova série hoje, às 16h30.
Primogênito dos estúdios Mushi, do "deus do mangá", Osamu Tezuka (1928-89), "Astro Boy" estreou na TV japonesa em 1963, tornou-se uma espécie de Mickey Mouse nacional e, de lá para cá, conseguiu puxar a invasão dos animês (desenhos japoneses) no Ocidente graças a uma aliança entre boas histórias e um custo baixo de produção por episódio.
Foi justamente a falta de grana, no início da década de 60, que fez com que Tezuka e seus então dois (!) ajudantes optassem por uma animação com poucos quadros, privilegiando essencialmente a narrativa sobre o movimento.
Closes, imagens justapostas, movimentos de câmera: nasceu com "Astro Boy" -que inicialmente era também conhecido por "Tetsuwan Atom"- a estética dos animês como a conhecemos atualmente.
Mais de 40 anos depois, entretanto, a nova série foi transferida das mãos da Mushi para as da Sony Pictures. Conseqüentemente, o orçamento engordou, e as seqüências de animação -agora coloridas- ganharam muito mais efeitos.
O roteiro, parte sagrada da produção para Tezuka, permaneceu intocado: no ano 2030, cientista decide criar um robô à imagem e à semelhança de seu filho, morto em um acidente de carro. O experimento não cumpre o objetivo e, abandonado por seu criador, é adotado por um bom sujeito, defensor da convivência pacífica entre homens e andróides.
O quê? Já viu esse filme antes? Pois é. Provavelmente, a culpa também deve ser de Tezuka.


ASTRO BOY. Quando: estréia hoje e de seg. a sex., às 16h30, no Cartoon Network.


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