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Artista Louise Bourgeois morre aos 98
A franco-americana se tornou uma escultora conhecida com obras que abordam sexo, nascimento e morte
Bourgeois fez o cartaz da 23ª Bienal de SP, onde exibiu a escultura "Aranha", hoje parte do acervo do MAM, em SP
ANDREA MURTA
DE WASHINGTON
A artista Louise Bourgeois,
nascida na França e naturalizada norte-americana, uma
das mais respeitadas escultoras do mundo, morreu ontem
aos 98 anos no Centro Médico Beth Israel, em Manhattan
(Nova York).
Ela estava internada desde
a noite de sábado devido a
um ataque cardíaco.
Bourgeois ficou conhecida
por esculturas de aranhas gigantes e pela abordagem
controversa sobre sexualidade, nascimento e morte.
Ela produziu até pouco antes de morrer. Finalizou trabalhos na semana passada,
segundo a diretora de seu estúdio, Wendy Williams.
Ela não ganhou fama fora
de um círculo especializado
até passar dos 70 anos. Em
1982, o Museu de Arte Moderna de NY fez uma exposição
exclusiva de sua carreira, tornando-a mais conhecida.
Para o crítico de arte Robert Hughes, Bourgeois era a
"mãe da identidade feminina
artística americana", cuja
"influência em jovens artistas é enorme".
"Eu realmente quero preocupar as pessoas, incomodar
as pessoas", disse ela ao
"Washington Post" em 1984.
"Se dizem incomodados pelas genitálias duplas de meu
trabalho. Bem, isso me incomodou a vida inteira."
Bourgeois nasceu em Paris, em 1911, em uma família
que se dedicava a restaurar
tapeçarias. Mudou com o
marido americano, o historiador de arte Robert Goldwater, para Nova York em
1938. Lá, concentrou-se em
estudos artísticos.
Na década de 1940, Bourgeois passou a dedicar-se à
escultura. Em 1955, se tornou
cidadã americana.
"Maman" (1999), uma aranha de nove metros de altura, é um dos destaques de
sua obra, exibida na Tate Modern, de Londres.
Outra peça, "Aranha", faz
parte do acervo do Museu de
Arte Moderna, no Ibirapuera,
em São Paulo, em 1996. A
obra foi exibida na 23ª Bienal
de São Paulo, da qual ela fez
o cartaz.
Bourgeois ganhou em
1997, das mãos do ex-presidente Bill Clinton, a Medalha
Nacional de Arte dos EUA.
Viúva desde 1973, ela deixa dois filhos, dois netos e
um bisneto. Um terceiro filho, Michel, morreu em 1990.
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