São Paulo, quarta-feira, 01 de junho de 2011

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CRÍTICA

Mais do que clímax, disco é jornada musical de conflitos

ALEXANDRA MORAES
EDITORA-ADJUNTA DA ILUSTRADA

"Clímax" é um disco esquisito. À primeira audição, soa como uma coleção de lamentos crus, talvez inacabados. A esquisitice cresce com o reconhecimento de que há ali alguma coisa maior.
Mais que clímax, o disco parece o próprio conflito -não que isso seja ruim a priori. A faixa de abertura, "Só Não me Venha Mais com Amor", parceria com Adriana Calcanhotto, intercala a crueza de Marina com batidas previsíveis demais.
Camuflada na cidade cinza que adotou, ela fica melhor na aspereza sincera (sua voz, sua guitarra) do que numa suavidade calculada.
Muito do que há de bom vem dessa sinceridade -as letras, as canções em forma de pedido (mesmo a versão de "Call Me", que poderia soar canhestra, merece uma chance) e a assunção plena da voz que carrega feridas.
Mas quem vai atrás dela tem de se embrenhar por uma selva de barulhos, áudio de telejornal e distorções cansativas -um legado dos anos 90 resumido na chata "Keep Walkin"-, que atrasam a beleza de faixas como "#SP Feelings".
Acompanhamos Marina numa jornada musical às vezes desconfortável, com surpresas valiosas ao longo do caminho e uma coda simpática: "Pra Sempre", em parceria com Samuel Rosa.

CLÍMAX

ARTISTA Marina Lima
LANÇAMENTO Libertà/Fullgás
QUANTO R$ 25, em média
AVALIAÇÃO regular


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