São Paulo, quarta-feira, 01 de junho de 2011

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CRÍTICA

Banda inglesa sobreviveu à instantaneidade da fama

ANDRÉ BARCINSKI
CRÍTICO DA FOLHA

Em 2006, o Arctic Monkeys se tornou o grande fenômeno pop da internet. Seu disco de estreia, "Whatever People Say I Am, That's What I'm Not", capturou o "zeitgeist" da época como nenhum outro.
Eram moleques de 19, 20 anos, cantando para uma geração de moleques da mesma idade com os mesmos gostos e interesses.
Mas cinco anos se passaram. Cinco anos. Na atual era do imediatismo, quase uma eternidade. E o Arctic Monkeys, símbolo da instantaneidade da fama, conseguiu sobreviver. E lança agora o disco "Suck It and See".
Quem ouve o novo disco não reconhece a mesma banda do primeiro CD. Ainda bem: cinco anos é muito tempo para quem tem 19 anos.
Ainda dá para ouvir as influências mais óbvias -The Smiths, Oasis, o britpop em geral-, mas fica claro que eles expandiram suas referências. Aqui e ali, pipocam menções ao pop de Beach Boys e Burt Bacharach.
O destaque do Arctic Monkeys é o vocalista Alex Turner. Sua voz meio preguiçosa emula Ray Davies, do Kinks, o maior cronista da classe média inglesa.
Turner tem um talento especial para letras engraçadas e tiradas espertas: "Quando você for andar sobre as águas, não se esqueça de usar sapatos confortáveis", canta em "Piledriver Waltz".
É uma tirada típica de outro ídolo de Turner, Morrissey. E algumas partes de "Suck It and See" lembram as baladas épicas do ex-líder do The Smiths. Ponto para o Arctic Monkeys.

SUCK IT AND SEE

ARTISTA Arctic Monkeys
LANÇAMENTO Domino
QUANTO R$ 54, em média
AVALIAÇÃO ótimo


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