São Paulo, sexta-feira, 01 de julho de 2005

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Pedro Lourenço convence o público

ERIKA PALOMINO
COLUNISTA DA FOLHA

Se faltava convencer alguém de seu talento, agora foi. Pedro Lourenço conseguiu. Em seu desfile ontem à tarde demonstrou que tem a moda em sua cabeça e em seu coração. Assim, começa a contribuir com a criatividade que justifica a presença de um estilista tão jovem (14 anos) na SPFW.
O início foi preocupante, é verdade, ao se descortinar a estética do universo Balenciaga, ainda uma referência forte (demais) na vida do adolescente. São as geometrias, as arquiteturas, o futurismo espacial. E como essa angustiante influência é global, Pedro Lourenço já pode, sim, ser visto pelo que é essencialmente seu. Ele gosta de smoking, gosta de pele, gosta de ombros. Esse desabrochar é tão emocionante para quem observa quanto delicado por quem passa por ele. E quem tem filhos nessa idade sabe disso.
A primeira pista é a lapela florida do terninho branco, que abre a surpreendente sequência de vestidinhos aparentemente meigos, drapeados com sabedoria.
A excelência do acabamento dos ateliês da marca-mãe G, que desenvolve as peças, responde perfeitamente ao corte dos vestidos nervurados em couro, e na delicadeza do chiffon.
Mas é a partir da simplicidade jovem do shortinho preto em Jessica Pauletto, que o jogo começa a virar. Entram as roupas de festa, em preto, e depois os dois em tons pastel. O final, de tirar o fôlego de muita gente experiente, com a mortal sequência de vestidos corseletados garantem a vitória. Para agradecer, Pedro entra correndo de mãos dadas com Raquel. Cabelos voando.Tipo super-herói.


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