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Crítica
De "Borat" a "Ali G", Sacha Cohen volta a esculhambar
Chegam às locadoras três filmes com o escracho do comediante britânico
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
Preconceituoso, grotesco, estúpido, insuportável. Politicamente incorreto era até um elogio perto
dos ataques dirigidos a "Borat
-O Segundo Melhor Repórter
do Glorioso País Cazaquistão
Viaja à América", filme que estreou em fevereiro no Brasil.
O longa inspirou ódio ou
amor, e, com a ajuda da polêmica, o esculacho com o "american way of life" fez mais de R$
500 milhões em bilheterias no
mundo. Um "efeito colateral"
foi ter apresentado ao país o
britânico Sacha Baron Cohen,
35, comediante de carreira sólida no Reino Unido e na Europa.
Classificado como um falso-documentário, "Borat" chega
agora às lojas brasileiras na versão em DVD. Com ele, aparecem outros dois filmes com Sacha B. Cohen no elenco.
"Ali G Indahouse" foi realizado em 2002, antes de "Borat", e
também traz o comediante interpretando um personagem
caricato e controverso.
Ali G é como Cohen tira um
sarro da juventude britânica
que simula a cultura gangsta
dos rappers norte-americanos
(o culto às armas, brigas de gangues, o machismo etc.). O personagem ganhou programa
próprio na TV britânica, que
em junho chegou à TV do Brasil
(leia abaixo).
Na versão televisiva, Ali G
aparece como um apresentador de talk-show de situações
absurdas. No cinema, Cohen
realizou um filme fictício, e aí o
personagem perde força com o
roteiro meio capenga.
Ali G é alçado a candidato a
uma vaga no Parlamento britânico por um político do mal,
que pretende, com a manobra,
desestabilizar o primeiro ministro e chegar ao poder. Mas a
manobra não dá muito certo,
pois as confusões de Ali G o fazem ganhar popularidade.
Se na TV o ritmo dos esquetes dá agilidade ao humor de Ali
G, no filme as piadas repetem-se e perdem um pouco da graça.
Ritmo e agilidade não faltam
a "Ricky Bobby - A Toda Velocidade", comédia histriônica e de
tom propositalmente pouco
sutil estrelada por Cohen e pelo
norte-americano Will Ferrell.
Na verdade, Cohen aqui é
coadjuvante. O comando das
piadas é de Ferrell, dono de um
humor físico, exagerado -e
cria do "Saturday Night Live".
Ferrell é um descerebrado
piloto de corridas, para quem a
única coisa que importa é ganhar as provas da Nascar. Cohen interpreta Jean Girard, um
piloto francês trazido da F-1,
que se torna rival de Bobby.
Com piadas bem elaboradas,
nem é preciso ser fã de corridas
para se divertir com o filme.
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