São Paulo, sexta-feira, 01 de julho de 2011

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cinema

Em "Transformers", diretor usa 3D para ampliar explosões

Michael Bay resistiu ao formato no começo, mas foi convencido a utilizá-lo por James Cameron, de "Avatar"

Em entrevista à Folha, cineasta de "A Ilha" conta que pôs fogo no quarto enquanto fazia um filme aos 12 anos

ANA PAULA SOUSA
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

Antes de explodir sets de filmagem, o diretor norte-americano Michael Bay botou fogo no próprio quarto. Nascido em Los Angeles, Califórnia, Bay tinha 12 anos quando, com a câmera super-8 de sua mãe a postos, decidiu fazer um filme. De ação, claro.
"Tinha construído uma linha ferroviária no meu quarto", conta o cineasta. "E aí, um dia, resolvi fazer um barco invadir o quarto. Mas achei que estava meio escuro e acendi um fósforo. Bom, pegou fogo na cortina."
Mal diria a mãe de Bay que, anos mais tarde, seu filho gastaria toneladas de explosivos em filmes como "Armageddon" (1998), "Pearl Harbor" (2001), "A Ilha" (2005) e "Transformers" (2007). "Sempre gostei muito de construir coisas. Criava mundos inteiros na minha cabeça", diz.
Bay conversou com a Folha em sua passagem pelo Rio de Janeiro, há duas semanas. Ele veio ao país para promover a première mundial de "Transformers - O Lado Oculto da Lua".

RESISTÊNCIA AO 3D
O terceiro episódio da franquia juvenil marca a estreia do diretor no formato que está se tornando padrão para os blockbusters: o 3D.
A despeito de fazer um cinema que se resume aos efeitos especiais, Bay, curiosamente, resistiu, durante algum tempo, ao formato da terceira dimensão.
"Até dois anos atrás, eu realmente achava que não ia usar. Mas, depois de muito conversar com James Cameron [diretor de "Avatar'], me convenci", diz.
No início de "Transformers - O Lado Oculto da Lua", antes de ser colocado a serviço das cenas de luta e velocidade, o 3D é utilizado para reproduzir a chegada do homem à Lua.
O diretor diz ter esperanças de que as referências à Guerra Fria e algumas imagens documentais aproximem mais adultos da história que ele quer contar. "Não podemos agradar a todo mundo. Mas queríamos fazer um filme que atingisse um público um pouco mais amplo, e não só as crianças e os adolescentes", diz.
Michael Bay sabe, porém, que seus filmes não têm lá grandes roteiros. "Sou um diretor técnico. Essa realmente é minha principal capacidade: conseguir arrumar soluções técnicas para certas cenas, fazer um voo parecer absolutamente real e impressionante."
E o que o 3D fez, segundo ele, foi ampliar o potencial de seu "espetáculo". "Com o 3D, você pode ver mais, você sente mais cada tomada", descreve o cineasta. Em "Transformers - O Lado Oculto da Lua", isso significa dizer que, depois de cada explosão, os cacos roçam o rosto do espectador.

A jornalista ANA PAULA SOUSA viajou a convite da Paramount


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