São Paulo, quarta, 1 de julho de 1998

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DA RUA
Macumba

FERNANDO BONASSI

Zinco arrepiado abafa. Nada se cobra. Chão de vermelhão que o sol vazado quadricula. Tudo se negocia. Banco quase de igreja onde pedidos arfam em pedacinhos de papel. Batuques, atabaques por cima das tosses. Sete flechas rabiscadas. Pólvora explode. Empetecado de guia, banhado na erva, charuto amarfanhado, cacique pai Edu aparece curvado. Dá pinote. Pesa no cavalo arriado. Ainda não entrou inteiro. Quarta-feira nem é bom dia. Mais batuque. Mais pólvora. Mais sangue. Cabritos e galinhas que se danem. Todo mundo já tem bastante problema.



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