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Televisão/Crítica
"Lucia e o Sexo" e "Closer" vêem dois lados do sexo
PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A grande diferença entre
"Lucia e o Sexo" (Telecine
Cult, 23h55) e "Closer - Perto
Demais" (AXN, 22h) está na
significação do ato sexual. No
filme do espanhol Julio Medem, o sexo é o momento supremo do desejo. Já os dois casais de "Closer" usam o sexo
como meio de agressão.
Nessa lógica, a paixão carnal
e espiritual entre Lorenzo e
Lucia os leva à celebração e à
destruição, mas o resultado é a
elevação existencial. Ou a
transcendência, quando Lucia
(Paz Vega, vale lembrar) chega
ao êxtase com seu Lorenzo.
Já no filme de Mike Nichols,
tudo é mais frio e performático.
E também ressentido: Jude
Law trai a sua bela Natalie
Portman com a fotógrafa Julia
Roberts, que, por sua vez, põe
um par de chifres no seu marido Clive Owen, num amplo
exercício de humilhação generalizada. Temos, aqui, uma bela
performance de atores, grande
exercício de dramaturgia, mas
nada de corpos encontrando-se. O sexo, para Medem, é vida
e morte. Para Nichols, é só
morte.
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