São Paulo, quarta-feira, 01 de agosto de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Televisão/Crítica

"Lucia e o Sexo" e "Closer" vêem dois lados do sexo

PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A grande diferença entre "Lucia e o Sexo" (Telecine Cult, 23h55) e "Closer - Perto Demais" (AXN, 22h) está na significação do ato sexual. No filme do espanhol Julio Medem, o sexo é o momento supremo do desejo. Já os dois casais de "Closer" usam o sexo como meio de agressão.
Nessa lógica, a paixão carnal e espiritual entre Lorenzo e Lucia os leva à celebração e à destruição, mas o resultado é a elevação existencial. Ou a transcendência, quando Lucia (Paz Vega, vale lembrar) chega ao êxtase com seu Lorenzo.
Já no filme de Mike Nichols, tudo é mais frio e performático. E também ressentido: Jude Law trai a sua bela Natalie Portman com a fotógrafa Julia Roberts, que, por sua vez, põe um par de chifres no seu marido Clive Owen, num amplo exercício de humilhação generalizada. Temos, aqui, uma bela performance de atores, grande exercício de dramaturgia, mas nada de corpos encontrando-se. O sexo, para Medem, é vida e morte. Para Nichols, é só morte.


Texto Anterior: Televisão/Música: Cultura exibe show de Leoni em Paris
Próximo Texto: Resumo das novelas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.