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Novo "Houaiss" adianta reforma ortográfica
Minidicionário inclui mudanças de grafias que passam a vigorar em janeiro de 2009
Co-autor, Mauro Villar ressalta a necessidade de a obra de consulta estar pronta antes das alterações nos livros didáticos
JONAS LOPES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Ideia? Cinquenta? Alguem?
As grafias não estão erradas.
Pelo menos não de acordo com
a reforma ortográfica da língua
portuguesa, que passa a vigorar
em janeiro de 2009. Os leitores
terão uma noção mais clara do
que muda com a nova edição do
"Minidicionário Houaiss da
Língua Portuguesa" (ed. Objetiva), o primeiro dicionário brasileiro a contemplar integralmente a nova lexicografia.
O portugueses, que passarão
por uma reforma mais ampla
do que os brasileiros, tiveram
primeiro um dicionário atualizado, o "Novo Dicionário da
Língua Portuguesa" (Texto
Editores).
Mauro Villar, diretor do Instituto Houaiss e co-autor da
nova edição ao lado do próprio
Antônio Houaiss (lingüista
morto em 1999 e um dos idealizadores da reforma), ressalta a
importância de o dicionário ser
lançado antes mesmo de a mudança entrar em vigor.
"A partir do ano que vem, os
livros didáticos já passam a
conter as mudanças, e tanto as
pessoas que preparam esses livros quanto os alunos que vão
utilizá-los terão dúvidas sobre
elas. Os dicionários têm que estar prontos para resolvê-las".
O editor Roberto Feith, da
Objetiva, lembra que muitos
pais compram os livros escolares do ano seguinte ainda em
agosto ou setembro. "Não faz o
menor sentido adquirir uma
obra de consulta que esteja defasada. O fato é que todos os dicionários estarão ultrapassados em poucos meses."
Lançamento adiado
A atualização do "Houaiss"
estava prevista para o ano passado. "Fomos apanhados desprevenidos pelo desenrolar da
reforma", afirma Villar. "O
acordo começou a ser resolvido
em setembro, quando o dicionário já estava pronto para sair.
Nesse tempo que passou, ficamos trabalhando nas mudanças, com cinco lexicógrafos."
Villar não sabe precisar
quantos dos 30 mil verbetes da
nova edição foram alterados
com a reforma. Roberto Feith
arrisca "milhares". "Não se muda só o próprio verbete. Se você
alterar, por exemplo, a palavra
"vôo", que vai perder o acento,
terá também que mudá-la
quando aparece no corpo de
outros verbetes."
O mercado lexicográfico brasileiro é considerado lento,
com poucas atualizações de dicionários. Feith diz que, com o
acordo, o "Houaiss" precisava
de uma nova edição com urgência. "Livros de ficção e não-ficção podem ser trabalhados em
um ritmo mais lento, no período de transição que o governo
implantou. Um dicionário não
pode esperar esse tempo."
Ainda não há previsão de lançamento para a versão grande
do "Houaiss".
MINIDICIONÁRIO HOUAISS DA
LÍNGUA PORTUGUESA
Autor: Antônio Houaiss e Mauro de
Salles Villar
Editora: Objetiva
Quanto: R$ 34 (976 págs.)
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