São Paulo, sábado, 01 de agosto de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Vendido, PirateBay se torna alvo de artilharia jurídica

Nesta semana, Disney e Universal, entre outras empresas de Hollywood, entraram com ação contra endereço sueco

Empresa que comprou PirateBay diz que disputa com estúdios não afetará operação; site enfrenta ações na Holanda e Itália


GUSTAVO VILLAS BOAS
DA REPORTAGEM LOCAL

A artilharia jurídica contra o PirateBay, site de troca de filmes e músicas, está pesada. Nesta semana, Columbia, Disney e Universal -e outras empresas de Hollywood- entraram com uma ação na Justiça da Suécia contra o site. Os estúdios pedem que os responsáveis sejam multados e parem de distribuir filmes e programas de TV. "É mais um dia na novela do PirateBay", disse Peter Sunde, porta-voz dos piratas, ao TorrentFreak, blog especializado no assunto.
O roteiro está agitado desde abril, quando Sunde e três operadores do endereço, hospedado na Suécia, foram condenados a um ano de prisão e à multa de US$ 3,6 milhões (R$ 6,8 milhões), pela Justiça do país, por colaborarem com a violação de direito autoral -decisão da qual recorrem.
Globalizada, a trama envolveu, nesta semana, a Holanda. A Justiça holandesa, a pedido da associação antipirataria Brein, mandou que o PirateBay bloqueasse o acesso ao site no país, sob pena de multa. O contra-ataque: Sunde entrou com uma ação contra um membro da Brein por difamação.
Da Itália, vem outro processo. O sindicato da música do país vai mover uma ação milionária contra os piratas, segundo o TorrentFreak.
As disputas nos tribunais têm como pano de fundo a venda do PirateBay. Em junho, a empresa de cibercafés sueca GGF anunciou que iria adquirir o serviço por US$ 7,8 milhões (R$ 14,8 milhões). A concretização do negócio foi anunciada para agosto e "não será afetada pela ação" dos estúdios de Hollywood, de acordo com o presidente-executivo da GGF, Hans Pandeya.
O PirateBay é um dos endereços mais visitados do mundo. Ele tem mais de 3 milhões de usuários registrados e Hans Pandeya conta com 10% deles para tocar o negócio após a legalização.
Isso não significa que a aquisição navegue em águas tranquilas. Wayne Rosso, executivo com experiência em empresas de troca de arquivos, contratado para operar no novo serviço, pulou fora do barco. E atirando. Depois de anunciar como seria o modelo implementado pela GGF -com conteúdo legalizado e pago pelos usuários-, Rosso desistiu e questionou a credibilidade dos compradores.
As críticas somaram-se à suspeita de tráfico de informações privilegiadas. A GGF está na Bolsa sueca e órgãos reguladores do país investigam o volume e a compra e venda de papéis antes mesmo da aquisição ser anunciada.
As dúvidas fizeram com que a GGF, nesta semana, reafirmasse que terá dinheiro para concluir a compra. O capítulo está programado para 27 de agosto, dia da reunião dos acionistas.


Texto Anterior: Drauzio Varella: A gripe que não tem fim
Próximo Texto: Agora legal e pago, Kazaa volta à rede
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.