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Vendido, PirateBay se torna alvo de artilharia jurídica
Nesta semana, Disney e Universal, entre outras empresas de Hollywood, entraram com ação contra endereço sueco
Empresa que comprou PirateBay diz que disputa com estúdios não afetará operação; site enfrenta ações na Holanda e Itália
GUSTAVO VILLAS BOAS
DA REPORTAGEM LOCAL
A artilharia jurídica contra o
PirateBay, site de troca de filmes e músicas, está pesada.
Nesta semana, Columbia, Disney e Universal -e outras empresas de Hollywood- entraram com uma ação na Justiça
da Suécia contra o site. Os estúdios pedem que os responsáveis sejam multados e parem de
distribuir filmes e programas
de TV. "É mais um dia na novela do PirateBay", disse Peter
Sunde, porta-voz dos piratas,
ao TorrentFreak, blog especializado no assunto.
O roteiro está agitado desde
abril, quando Sunde e três operadores do endereço, hospedado na Suécia, foram condenados a um ano de prisão e à multa de US$ 3,6 milhões (R$ 6,8
milhões), pela Justiça do país,
por colaborarem com a violação de direito autoral -decisão
da qual recorrem.
Globalizada, a trama envolveu, nesta semana, a Holanda.
A Justiça holandesa, a pedido
da associação antipirataria
Brein, mandou que o PirateBay
bloqueasse o acesso ao site no
país, sob pena de multa. O contra-ataque: Sunde entrou com
uma ação contra um membro
da Brein por difamação.
Da Itália, vem outro processo. O sindicato da música do
país vai mover uma ação milionária contra os piratas, segundo o TorrentFreak.
As disputas nos tribunais
têm como pano de fundo a venda do PirateBay. Em junho, a
empresa de cibercafés sueca
GGF anunciou que iria adquirir
o serviço por US$ 7,8 milhões
(R$ 14,8 milhões). A concretização do negócio foi anunciada
para agosto e "não será afetada
pela ação" dos estúdios de
Hollywood, de acordo com o
presidente-executivo da GGF,
Hans Pandeya.
O PirateBay é um dos endereços mais visitados do mundo.
Ele tem mais de 3 milhões de
usuários registrados e Hans
Pandeya conta com 10% deles
para tocar o negócio após a legalização.
Isso não significa que a aquisição navegue em águas tranquilas. Wayne Rosso, executivo
com experiência em empresas
de troca de arquivos, contratado para operar no novo serviço,
pulou fora do barco. E atirando.
Depois de anunciar como seria
o modelo implementado pela
GGF -com conteúdo legalizado e pago pelos usuários-, Rosso desistiu e questionou a credibilidade dos compradores.
As críticas somaram-se à suspeita de tráfico de informações
privilegiadas. A GGF está na
Bolsa sueca e órgãos reguladores do país investigam o volume
e a compra e venda de papéis
antes mesmo da aquisição ser
anunciada.
As dúvidas fizeram com que a
GGF, nesta semana, reafirmasse que terá dinheiro para concluir a compra. O capítulo está
programado para 27 de agosto,
dia da reunião dos acionistas.
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