São Paulo, domingo, 01 de agosto de 2010

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OPINIÃO

Artista é um dos últimos bons representantes da turma dos românticos

THALES DE MENEZES
EDITOR-ASSISTENTE DA SÃOPAULO

Lionel Richie é como um dinossauro. Vaga pela Terra à espera da extinção. Não é culpa dele, que, aliás, é muito bom. Mas ele faz parte da turma dos cantores românticos, e esses vão muito mal.
Nos anos 50, as vozes masculinas que embalavam as ouvintes das rádios americanas eram brancas, como as de Neil Sedaka e Pat Boone.
Era uma espécie de segunda geração que vinha depois dos crooners das orquestras. E, é claro, de Frank Sinatra.
Com a explosão do rock e de toda a contracultura, os cantores deram lugar a compositores, gente bem menos romântica, como Bob Dylan, Donovan e Cat Stevens.
O espaço dos cantores de baladas derramadas passou a ser ocupado pelos negros durante as décadas de 70 e 80. Lionel Richie, tanto no Commodores como na carreira solo, brincava nessa praia.
Talvez o melhor representante da turma fosse Luther Vandross, mas ele, ao contrário de Richie, não cruzou a fronteira para conquistar também o público branco.
Nos anos 90, parece que só havia lugar para as mulheres na música romântica, que assistiu ao grande sucesso de Whitney Houston, Mariah Carey e Celine Dion.
Na última década, a vez foi dos latinos "calientes", como Enrique Iglesias e Alejandro Sanz. Mas o poder de fogo deles é curto. Vendem horrores, mas notadamente onde se fala espanhol.
Uma geração romântica atual? A julgar por James Blunt, da enervante "You're Beautiful", nem pensar. Melhor ouvir o velho Lionel.


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