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Geração se inspira em pessoas comuns
especial para a Folha, em Londres
Irvine Welsh pode ser o mais famoso, mas nem de longe está sozinho na nova corrente literária escocesa. A onda de novos escritores
ganhou diversas compilações de
pequenas histórias e chama-se,
claro, "new scottish writing".
Ela ignora os best sellers Iain
Banks e James Kelman, pertencentes a uma geração anterior de
autores escoceses, consagrada por
escrever em "inglês normal".
O mais famoso representante da
leva é Alan Warner, 34 anos. O último livro de Warner, "The Sopranos", é a mais deliciosa surpresa literária do verão britânico.
"The Sopranos" já teve seus direitos vendidos para o cinema por
quase US$ 1 milhão.
Escrito em vernáculo escocês, o
livro conta a hilária saga de um
grupo de colegiais de uma cidade
católica dos cafundós da Escócia
que passa um dia bebendo, caçando homens e confusão numa viagem à capital, Edimburgo.
Como Welsh, Warner gosta de
variações estilísticas e inclui pichações de parede entre as páginas, além de transformar um trecho de livro em roteiro de vídeo.
Não à toa, Warner está sendo
chamado de "Douglas Coupland
escocês", numa referência ao autor de "Generation X".
Os personagens de Welsh e Warner são os mesmos que aparecem
nos livros de Candia McWilliam,
Edwin Morgan, Norman MacCaig
e Kate Clanchy: gente comum,
classe média baixa ou pobre, presa
no tédio surreal das pequenas cidades do país; alguns inserem pitadas de drogas e violência.
Os autores são na maioria nascidos depois de 1955, estudaram em
universidades pouco badaladas e
não levam uma vida glamourosa.
Sua aceitação foi imediata.
Mas, apesar do sucesso consolidado de Welsh, muitos dos novos
escritores temem uma visão deturpada da literatura do país. Como diz Angus Calder, "a imagem
que filme e livro ("Trainspotting')
insiste em apresentar é muito repugnante, nada saudável".
Num ensaio chamado de "By
the Water of Leith I Sat Down and
Wept: Reflections on Scottish
Identity" (À Beira das Águas de
Leith Eu Sentei e Chorei: Reflexões
da Identidade Escocesa), Calder
pede que nasça uma nova literatura em seu país, longe da violência
tarantinesca de Welsh.
(DB)
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