São Paulo, segunda-feira, 01 de setembro de 2003 |
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Estrela solitária
GUILHERME WERNECK DA REPORTAGEM LOCAL "Acho que a situação do jazz hoje é terrível, mas, infelizmente, não há quase nada que se possa fazer a respeito disso." É com um tom de desesperança que Shirley Horn, 69, uma das maiores cantoras de jazz da sua geração e uma das poucas que ainda conseguem gravar com dignidade, discorre sobre o estilo que lhe deu fama. Fala com a propriedade de quem viu, desde os anos 50, quando gravou seu primeiro disco, o jazz rarear nas rádios, nos discos e, por fim, nos clubes. Mas, ainda assim, ela tem uma certeza: "Mesmo que tentem matá-lo, o jazz nunca morrerá". É essa certeza que a faz tocar sua carreira em frente e lançar discos como "May the Music Never End", que sai agora no Brasil. De sua casa, em Washington, Horn falou à Folha, por telefone, sobre o novo trabalho, da falta de novas cantoras originais no jazz e sobre sua vinda ao Brasil para participar do TIM Festival, que acontece de 30 de outubro a 1º de novembro no Rio. Leia a seguir os principais trechos da entrevista. Folha - Seu disco mais recente,
"May the Music Never End", é marcado por ausências, como a do baixista Charle Ables. Foi uma forma
de lidar com perdas recentes? Folha - É a primeira vez que a senhora não toca piano em um disco.
Como foi ter o pianista George Mesterhazy em sua banda? Folha - Como a senhora conseguiu que o pianista Ahmad Jamal,
que quase nunca grava com outros
artistas, participasse do disco? Folha - Há duas gravações no disco que fogem do universo do jazz:
"Yesterday", dos Beatles, e uma
versão em inglês de "Ne Me Quitte
Pas", de Jacques Brel. Por que gravar canções tão conhecidas? Folha - Por quê? Folha - O trompetista Roy Hargrove participa do seu disco. Como a
senhora vê essa geração de músicos mais novos? Folha - É possível surgirem cantoras de jazz tão originais quanto as
da sua geração? Folha - Até os anos 80, a senhora
se afastou da música e se dedicou a
criar a sua filha... Folha - Mas a senhora gravou
pouco nos anos 70. Não se arrepende disso? Folha - Está confirmada a vinda
da senhora para o TIM Festival? Folha - O que a senhora pretende
apresentar nesse show? Folha - Haverá a participação de
algum músico brasileiro? Folha - A senhora esteve no Brasil
outras vezes, a última em 1999.
Qual é a sua relação com a música
brasileira? |
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