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São Paulo, segunda-feira, 01 de setembro de 2003

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CRÍTICA

Cantora dribla ausências em seu novo álbum

DA REPORTAGEM LOCAL

"May the Music Never End" é assombrado por ausências. A primeira é a do piano delicado de Shirley Horn, que ela deixa de gravar em razão de uma operação que a impediu de tocar.
A segunda é a do baixista Charles Ables, morto em 2001, que acompanhava Horn desde os anos 60.
A última é a da amiga e poeta Valerie Parks Brown, morta no ano passado.
Em vez de ser vítima dessas ausências, Horn resolveu confrontá-las. Daí vêm a força de "May the Music Never End", um disco em que predominam baladas, mas que não se rende à fossa, como prova a suingada "Take Love Easy", de Duke Ellington.
Dedicado a Ables e a Brown, o disco presta justa homenagem aos dois. A Ables pela escolha acertada do baixista Ed Howard. Já Brown é lembrada numa versão de sua "Forget Me".
O piano de Horn realmente faz falta, e George Merterhazy é apenas competente ao substituí-lo. Contudo a participação do pianista Ahmad Jamal em "Maybe September" e "This Is All I Ask" compensa esse vazio.
Mas é Horn que dá alma ao disco. Afinal seu canto único, em que cada palavra ganha significado exato, confere frescor até a canções desgastadas, como "Yesterday", dos Beatles. (GW)


May the Music Never End   
Artista: Shirley Horn
Lançamento: Verve/Universal
Quanto: R$ 28, em média



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