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CRÍTICA
Cantora dribla ausências em seu novo álbum
DA REPORTAGEM LOCAL
"May the Music Never
End" é assombrado
por ausências. A primeira é a
do piano delicado de Shirley
Horn, que ela deixa de gravar em razão de uma operação que a impediu de tocar.
A segunda é a do baixista
Charles Ables, morto em
2001, que acompanhava
Horn desde os anos 60.
A última é a da amiga e
poeta Valerie Parks Brown,
morta no ano passado.
Em vez de ser vítima dessas ausências, Horn resolveu
confrontá-las. Daí vêm a força de "May the Music Never
End", um disco em que predominam baladas, mas que
não se rende à fossa, como
prova a suingada "Take Love
Easy", de Duke Ellington.
Dedicado a Ables e a
Brown, o disco presta justa
homenagem aos dois. A
Ables pela escolha acertada
do baixista Ed Howard. Já
Brown é lembrada numa
versão de sua "Forget Me".
O piano de Horn realmente faz falta, e George Merterhazy é apenas competente
ao substituí-lo. Contudo a
participação do pianista Ahmad Jamal em "Maybe September" e "This Is All I Ask"
compensa esse vazio.
Mas é Horn que dá alma ao
disco. Afinal seu canto único, em que cada palavra ganha significado exato, confere frescor até a canções desgastadas, como "Yesterday",
dos Beatles.
(GW)
May the Music Never End
Artista: Shirley Horn
Lançamento: Verve/Universal
Quanto: R$ 28, em média
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