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ARTES
Centro de eventos é inaugurado dez dias antes do início da programação
Galeria Olido pretende abrigar "cultura urbana"
ISABELLE MOREIRA LIMA
DA REPORTAGEM LOCAL
Primeiro o luxo, depois o lixo.
Agora, a contemporaneidade. A
Prefeitura de São Paulo inaugurou ontem, em um dos pontos
fundamentais da boemia paulistana da década de 50, a Galeria
Olido, novo centro cultural voltado para a cultura contemporânea
da cidade.
Aberta dez dias antes do início
da programação -seja por estratégia política, seja para tentar conquistar uma interação imediata
com o público-, a galeria conta
com um espaço de 9.000 m2 divididos em cinco andares e em oito
áreas artísticas e tecnológicas: cinema, teatro, dança, fotografia,
áudio, vídeo, circo e informática.
Com parte de sua estrutura voltada para a administração pública
-abrigando as sedes da Secretaria da Cultura e da Secretaria do
Abastecimento-, o prédio do
antigo cinema começou a ser reformado em agosto do ano passado, depois da decadência dos
anos 90. A saída encontrada pela
prefeitura para pôr o prédio em
ordem foram parcerias com outras instituições.
"[A obra] foi feita de forma heterodoxa. Não tínhamos dinheiro
para a reforma. Os gastos foram
assumidos, então, pela imobiliária Savoy e a prefeitura pagará 1%
do valor incorporado ao aluguel
durante os cinco anos de contrato", explicou o secretário Celso
Frateschi. O total da reforma do
prédio foi estimado em R$ 2,5 milhões. "A prefeitura quase não
gastou", completou.
O Santander-Banespa foi o parceiro responsável pela sala de cinema de 240 lugares do Olido. O
banco doou R$ 240 mil. Já a Petrobras doou R$ 2 milhões para os
dez primeiros meses de funcionamento, período de implantação
do centro cultural.
"A idéia inicial era fazer um
anexo do Teatro Municipal com
sete andares. Mas não faria sentido criar outra sala de concerto
que não trouxesse uma nova função. Resolvemos fazer algo que
dialogasse com a cidade. Um espaço nobre, mas não elitista, que
estimulasse o convívio das várias
tribos paulistanas", explicou Frateschi, durante a visita guiada pelo espaço com a Folha.
Uma das artes mais privilegiadas pelo espaço foi a dança, com
um total de cinco salas especiais,
sendo duas delas totalmente destinadas à produção, outras duas
destinadas também à exibição e, a
última, a simpática "vitrine da
dança", voltada para oficinas especiais durante a semana e bailes
públicos nos fins de semana.
Entre as maiores novidades, estão o circense "Espaço Piolin",
"um centro de referência do riso"
que conta com uma pequena
marquise-palco voltada para a
rua D. José de Barros, e a oficina
de reciclagem de computadores.
O Olido é formado ainda pelo
Cine Olido, que abriga 240 pessoas; pela Sala Olido, de espetáculos, para 300 pessoas; um teatro
com 128 lugares e dois salões de
exposições de artes visuais. Entre
os equipamentos menores, estão
um posto de informações do
Anhembi, uma sala de registro de
depoimentos para o Museu da Cidade, um posto da Guarda Civil
Metropolitana e um telecentro.
O último andar, voltado exclusivamente à produção, ainda está
em obras. Ele abrigará o projeto
de cultura digital, incluindo laboratórios de áudio, vídeo e design.
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