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Crítica/"A Dama na Água"
Dê uma chance a História e embarque neste conto de fadas para marmanjos
DE WASHINGTON
As notícias da morte cinematográfica de M.
Night Shyamalan foram grandemente exageradas.
"A Dama na Água" não é seu
melhor filme. Não está nem entre seus quatro grandes -isso
de um cineasta que tem apenas
sete longas na carreira. Mas está longe de ser inassistível ou
incompreensível, como disse
parte importante da crítica nos
Estados Unidos.
É um conto de fadas para
adultos, e seus defeitos e qualidades vêm do mesmo aparente
paradoxo: convencer uma platéia de marmanjos a apreciar
uma história infantil, em que
uma ninfa chamada História
surge no fundo da piscina de
um prédio de apartamentos na
Filadélfia com a missão de salvar o mundo e, no meio do caminho, unir pessoas e reavivar
a criatividade de um escritor.
Todo o léxico do diretor está
aqui: a água como elemento
modificador, a criança com a
ação definitiva, a importante
cena no porão, a ponta do diretor, o personagem principal
que procura a redenção de seu
passado. Esses tiques e manias
fazem o fã sorrir como se estivesse encontrando um velho
amigo, mas podem alienar o espectador eventual, que não se
identifica com a obra do diretor
indo-americano e só quer ver
seus R$ 20 renderem as duas
horas no shopping, o que é plenamente justificável.
Mas vale dar uma chance à
história e a História. Quem embarcar no conto estará a caminho de uma grande viagem.
(SD)
A DAMA NA ÁGUA
Direção: M. Night Shyamalan
Produção: EUA, 2006
Com: Paul Giamatti, Bryce Dallas Howard, Jeffrey Wright
Quando: a partir de hoje nos cines Iguatemi Cinemark, Bristol e circuito
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