São Paulo, terça-feira, 01 de setembro de 2009

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Cantor Belchior deixa cidade do Uruguai

Músico afirmou que voltaria ao Brasil, dizem moradores

DENISE MOTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE MONTEVIDÉU (URUGUAI)

O cantor e compositor Belchior deixou a cidade uruguaia de San Gregorio de Polanco, a 364 km da capital Montevidéu, às 14h30 de ontem. Ele afirmou aos moradores do lugar, que tem 3.000 habitantes, que voltaria ao Brasil.
Foi o que o cearense disse a César Caétano, dono do conjunto de chalés Lugarcito, ao realizar o check-out. Ali, segundo afirmou o proprietário à Folha, Belchior esteve hospedado com sua mulher, Edna Assunção de Araújo, desde 7 de julho.
No armazém Las Cadenas, onde o casal costumava comprar alimentos e outros produtos, o que se conta é que, na sexta-feira passada, eles haviam dito que levariam pouca coisa, por já estarem se preparando para "voltar ao Brasil".
O jornalista do canal de televisão local CATV José Antonio Pereira afirma que conversou com Belchior há dez dias. "Ele disse que estava em contato com pessoas do Brasil e que planejava ir embora."

"Estardalhaço"
No Lugarcito, o artista deixou boas lembranças. "Ele era um hóspede como todos os demais. Fui saber que era famoso pelo que me contaram", diz Magdalena Rodríguez, mulher de Caétano. O estabelecimento cobra diária de 750 pesos (cerca de R$ 63).
Em San Gregorio de Polanco, Belchior já era parte da comunidade e até deu entrevistas para uma rádio local.
De acordo com os moradores, o cantor não se comportava como alguém que estivesse se escondendo: encontrou artistas da região e estabeleceu contatos com o prefeito da cidade e autoridades culturais do Uruguai.
Entre os planos futuros de Belchior no Uruguai estava um show a ser realizado em março de 2010 no Teatro Solís, em Montevidéu. A última apresentação do cantor na capital foi em julho deste ano.
Apesar de esse ser, agora, o centro das conversas no povoado, os moradores vivem com desconcerto o súbito interesse pelas atividades de Belchior na cidade. Não conseguem entender a razão do "estardalhaço", como qualifica Pereira. "Coitado, por que não o deixam viver em paz?", diz Rodríguez. Ela comenta que o compositor, durante sua estadia no lugar, se dedicava a escrever. "Tinha um caderno cheio de composições", diz Caétano.


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