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Cantor Belchior deixa cidade do Uruguai
Músico afirmou que voltaria ao Brasil, dizem moradores
DENISE MOTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE MONTEVIDÉU (URUGUAI)
O cantor e compositor Belchior deixou a cidade uruguaia
de San Gregorio de Polanco, a
364 km da capital Montevidéu,
às 14h30 de ontem. Ele afirmou
aos moradores do lugar, que
tem 3.000 habitantes, que voltaria ao Brasil.
Foi o que o cearense disse a
César Caétano, dono do conjunto de chalés Lugarcito, ao
realizar o check-out. Ali, segundo afirmou o proprietário à Folha, Belchior esteve hospedado
com sua mulher, Edna Assunção de Araújo, desde 7 de julho.
No armazém Las Cadenas,
onde o casal costumava comprar alimentos e outros produtos, o que se conta é que, na sexta-feira passada, eles haviam
dito que levariam pouca coisa,
por já estarem se preparando
para "voltar ao Brasil".
O jornalista do canal de televisão local CATV José Antonio
Pereira afirma que conversou
com Belchior há dez dias. "Ele
disse que estava em contato
com pessoas do Brasil e que
planejava ir embora."
"Estardalhaço"
No Lugarcito, o artista deixou boas lembranças. "Ele era
um hóspede como todos os demais. Fui saber que era famoso
pelo que me contaram", diz
Magdalena Rodríguez, mulher
de Caétano. O estabelecimento
cobra diária de 750 pesos (cerca
de R$ 63).
Em San Gregorio de Polanco,
Belchior já era parte da comunidade e até deu entrevistas para uma rádio local.
De acordo com os moradores, o cantor não se comportava
como alguém que estivesse se
escondendo: encontrou artistas da região e estabeleceu
contatos com o prefeito da cidade e autoridades culturais do
Uruguai.
Entre os planos futuros de
Belchior no Uruguai estava um
show a ser realizado em março
de 2010 no Teatro Solís, em
Montevidéu. A última apresentação do cantor na capital foi
em julho deste ano.
Apesar de esse ser, agora, o
centro das conversas no povoado, os moradores vivem com
desconcerto o súbito interesse
pelas atividades de Belchior na
cidade. Não conseguem entender a razão do "estardalhaço",
como qualifica Pereira. "Coitado, por que não o deixam viver
em paz?", diz Rodríguez. Ela
comenta que o compositor, durante sua estadia no lugar, se
dedicava a escrever. "Tinha um
caderno cheio de composições", diz Caétano.
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