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Perry vê carreira como peregrinação
De jovem religiosa que sonhava em cantar gospel, americana se tornou estrela pop desbocada e irreverente
Aos 25, Katy Perry lança
novo CD, tem agenda de
divulgação incessante e
se mostra adepta da
atividade promocional
DO "NEW YORK TIMES"
Katy Perry estava afundando. Era uma festa para
ouvir seu novo álbum, "Teenage Dream", e o tema era de
praia, com palmeiras, pranchas e muita areia para decorar o evento, na Midtown.
Se ela fosse Lady Gaga, talvez tivesse pedido que fosse
construída uma passarela
com trepadeiras de bichinhos de pelúcia ou assistentes ajoelhados; em vez disso,
porém, havia apenas modelos de biquíni, comendo algodão-doce e jogando bola.
Katy Perry não ficou feliz
quando viu -"não quero
areia no meu sapato salto
agulha", falou, fazendo beicinho e ecoando uma de suas
letras. Mas ela é apenas uma
garota comum que ficou famosa, então encarou o desafio com espírito esportivo e
atravessou a areia, afundando seu salto a cada passo.
Depois de apresentar algumas canções, ela posou para
fotos e deu autógrafos.
Na manhã seguinte, em
um evento promocional na
Times Square, ela estava de
volta em terreno familiar, sugerindo atos sexuais com o
microfone para a plateia de
turistas enquanto cantava e
dançava, terminando em cima de um Volkswagen. Mas
tirou os saltos dessa vez -nada de estragar o carro.
O que faz parte da agenda
da popstar moderna: divulgação incessante, "crossover" corporativo, desenvolvimento de marca, persona pública irreverente, exagerada.
Nos últimos anos, Perry,
25, vem mostrando ser adepta nesse tipo de atividade
promocional, tendo descrito
uma reviravolta improvável
de cantora gospel para estrela provocante e fazendo seu
público ficar atento para rastrear a autenticidade das
duas encarnações.
Agora é líder nas paradas
de sucesso e personalidade
da cultura pop, presença
constante nas páginas de fofocas, graças a seu tom desbocado e seu noivado com o
desbocado comediante britânico Russell Brand; você pode acompanhar o relacionamento deles no Twitter.
PEREGRINAÇÃO
"Estou em uma peregrinação, sem dúvida", ela diz. É
claro que músicos que se engajam publicamente em uma
busca por realização pessoal
não constituem novidade.
Mas, para Perry, que foi
criada como cristã evangélica e chegou ao estrelato em
meio a uma cultura de celebridades que revelam demais sobre elas mesmas, a
busca tem um peso diferente.
Os princípios de sua busca
podem incluir a fé (nela mesma), a devoção a sua arte e
um certo tipo de materialismo consciente do que é.
Perry não tem hesitado em
revelar sua ambição. "Nunca
vou querer entrar neste restaurante" -palavrão- "e
ouvir pessoas dizendo: "o
que é mesmo que ela faz?
Quem é ela ?'". Ser memorável significa ser visível e extravagante, e Katy Perry sente-se à vontade com isso.
Perry diz que Brand a conserva estável e que seus pais
ainda oram por ela. Mas não
enxerga contradição em sua
trajetória fora do comum.
"Eu sou porque eu me fiz",
disse ela, para então se corrigir: "Deus me fez, mas eu tentei fazer acontecer".
O que a Katy de 15 anos,
cujo sonho adolescente era
virar estrela gospel, pensaria
de sua vida agora? "Ficaria
espantada e emocionada. E
diria: "vista uma roupa!"."
Tradução de Clara Allain
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