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Curador reorganiza obras do acervo
Quatro temáticas orientam novo sistema para exposição das peças do acervo; até abril
segundo andar será modificado completamente
"A Arte do Mito" dá início ao novo formato de exibição; Teixeira Coelho pretende investir ainda em mostras temporárias internacionais
DA REPORTAGEM LOCAL
Quem conhece o acervo do
Masp talvez não note grande
diferença com a inauguração da
exposição "A Arte do Mito",
que poderá ser vista pelo público a partir da próxima quarta.
Mas, quando o quarto e último módulo da série, "A Arte
Religiosa", entrar em cartaz,
em abril do ano que vem, a mudança será bastante nítida.
Isso porque a nova configuração das obras do acervo está
sendo gradual. "A Arte do Mito" ocupa apenas 25% da sala,
ao fundo do segundo andar. O
restante permanece mais ou
menos como antes. Os outros
dois temas são "A Natureza das
Coisas", com paisagens e naturezas-mortas, e "Ver e Ser Visto", que enfoca retratos.
A idéia do curador-chefe,
Teixeira Coelho, que assumiu o
cargo há 14 meses, é eliminar a
apresentação cronológica e por
escolas que até agora organizava a coleção. "A vantagem do
corte temático é que assim fazemos um contato direto, uma
aproximação entre as obras
que não tem barreiras", explica.
Houve ainda outras mudanças no salão do segundo andar.
As novidades são as paredes
pintadas com cores que absorvem a luminosidade e a mudança nos painéis que exibem as telas, que ganharam disposição
diferente e abriram corredores
de ponta a ponta da sala. "É
uma vasta avenida, que reproduz um pouco os cavaletes da
Lina", compara Teixeira.
Os famosos cavaletes de Lina, aliás, não estão nos planos
imediatos do curador. "Os cavaletes são coisa do passado.
Não dá mais. Eles quebravam
sozinhos. Às vezes, de manhã,
os funcionários encontravam
as obras no chão", diz Coelho.
Ele não descarta, porém, usá-los em outras ocasiões, como
na mostra de Alex Flemming,
realizada neste ano.
Segundo ele, a reconfiguração permitirá um pequeno aumento no número de obras expostas. Ao término, serão cerca
de 260 peças -ainda muito
pouco diante das 8.000 que
compõem a coleção do museu.
"Deveriam colocar um busto
do Ciccilo Matarazzo e um do
Chateaubriand em cada esquina da Paulista", brinca Teixeira, que é professor de política
cultural da ECA-USP.
As doações do primeiro formam a coleção do MAC-USP,
que Teixeira já dirigiu; a do segundo deram origem ao acervo
que ele dirige atualmente.
Além do acervo renovado, o
Masp deve continuar realizando mostras temporárias.
"Da Bauhaus a (Agora!)", no
subsolo, e "Arte e Ousadia - O
Brasil na Coleção Sattamini",
no primeiro andar, ficam em
cartaz até o dia 28. A próxima
grande inauguração será a tradicional mostra de fotos da Coleção Pirelli, em dezembro. Outras novidades só em 2008.
(TEREZA NOVAES)
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