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TELEVISÃO
Crítica
Diretor assume riscos em "O Show Deve Continuar"
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Divisa do show business, "O
Show Deve Continuar"
(TCM, 1h25, 14 anos) era mesmo a frase certa para dar título
ao musical que tem por centro
o encenador e coreógrafo Joe
Gideon, empenhado em montar um novo espetáculo. Para
isso empenha todas as suas forças, todo o seu tempo e todas as
bolinhas de que dispõe.
O conteúdo autobiográfico é
explícito, e Bob Fosse faz aqui
um musical à beira de um leito
hospitalar. Pois tudo parece
prestes a se romper no mundo
de Gideon. E não será revelar
um segredo dizer que faz um
musical totalmente fora da tradição: o drama é que dá o tom.
Existe no filme uma evidente
referência ao Fellini de "8 1/2":
é o realizador que se volta a si
mesmo, que expõe suas dores.
"O Show Deve Continuar"
tem a grandeza dos filmes em
que um autor se dispõe a correr
todos os riscos. Mas quem se
destaca é Jessica Lange.
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