|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
COMIDA
Crítica
Portucho acerta no ponto das carnes, mas peca nos acompanhamentos
JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA
P arece temerário abrir restaurantes no trecho escuro e morto dessa rua da Vila Olímpia onde se instalou a filial do Portucho (e, há pouco, um outro, o Kobayashi). Se na hora do almoço há a luz do dia e o movimento dos que trabalham na região, à noite parece tudo ermo: é preciso que os restaurantes redobrem seus esforços para trazer os clientes ou, então, que por ali se abram outros tantos estabelecimentos para movimentar o pedaço.
O Portucho até tem qualidades para atrair clientela. É, na verdade, a segunda casa com esse nome na cidade: a primeira funciona no Brooklin, desde 2002, aberta inicialmente como um bar dos donos do Vicolo Nostro. Com o tempo, o local foi se firmando como um restaurante de grelhados e, desde 2005, seus proprietários são o casal Rodrigo Orsetti Rogério, 29 (que antes trabalhara no próprio Vicolo Nostro, na área administrativa), e sua mulher, Maíra Vezzali, 28, filha de um dos sócios do Vicolo.
As instalações do novo endereço são bem simpáticas: um grande balcão na entrada, a churrasqueira à esquerda, espaço generoso no fundo, decoração leve com madeira, tijolos e plantas (inclusive duas pitangueiras dividindo o salão). A intenção do cardápio é expressar a gastronomia de portenhos e gaúchos (daí o nome).
As carnes trazidas do Brasil, da Argentina e do Uruguai são grelhadas corretamente, utilizando a churrasqueira de tipo argentino. Com movimento pequeno, ao menos parece haver tempo e concentração na grelha para respeitar os pontos de cozimento. Mesmo um peixe (no caso, o provado foi a truta, que por ser mais fina costuma ressecar na grelha) chegou à mesa ainda tenro. Vários dos cortes podem ser pedidos em meia-porção (como o steak Portucho do contrafilé, a fraldinha, o assado de tira, a picanha) em porções mais contidas e mais baratas.
Naquilo que rodeia a carne, há mais falhas, como acompanhamentos frios, batatas fritas meio moles, coisas que incomodam. Os vinhos de preços módicos e os crocantes minichurros da sobremesa ajudam a desanuviar dissabores.
josimar@basilico.com.br
PORTUCHO
Avaliação:
Endereço: av. Dr. Cardoso de
Melo, 1.261, Vila Olímpia, tel.
0/ xx/11/ 3045-8159
Funcionamento: seg. e ter.,
das 12h às 15h; qua. a sex., das
12h às 15h e das 19h às 23h;
sáb., das 12h às 16h30 e das
19h às 23h; dom., das 12h às
16h30
Ambiente: espaçoso, leve,
apesar da rua deserta à noite
Serviço: atencioso, tranquilo
Vinhos: predominância de
argentinos e dos de bons preços
Cartões: todos
Estacionamento: R$ 10 a R$
12
Preços: entradas: R$ 4,30 a R$
44; pratos principais: R$ 24 a R$
60; sobremesas: R$ 8 a R$ 16
Texto Anterior: Nina Horta: Por que sentimos saudade? Próximo Texto: Tentações Índice
|