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Clark, Pape e Oiticica são pontos de partida da mostra aberta hoje
DE SÃO PAULO
São três as âncoras da
mostra que começa agora no
Sesc Vila Mariana. Lygia
Clark, Lygia Pape e Hélio Oiticica encabeçam um time
pautado por desdobramentos da obra de arte no espaço
físico e a transformação da
exposição em experiência.
Invertendo o nome da
mostra de 1969 em que o curador suíço Harald Szeemann postulava que atitudes
se tornaram formas, esse recorte tenta mostrar que naquela mesma década artistas
brasileiros faziam o oposto
-trocavam a tela pela vida.
Mas a força desta que se
configura como uma das
mostras mais potentes no circuito off-Bienal não está só
no caráter museológico, mas
no fato de identificar com
precisão herdeiros das estripulias daquele momento.
Oiticica, que está na mostra com sua mesa de bilhar
num ambiente colorido, inserção do jogo na cor expandida no espaço, encontra eco
orgânico em Theo Craveiro.
Esse artista paulistano
constrói um viveiro de formigas que levam nas costas pétalas de rosa -"Parangolés"
orgânicos- para alimentar
fungos que crescem nas formas dos "Metaesquemas".
No mesmo embalo orgânico, Lygia Pape propõe a irrupção da forma a partir de
três cubos de plástico. De
dentro deles, dançarinos
rompem a casca e entram no
ritmo da cuíca e do pandeiro.
Laura Lima retoma isso no
baile que viu na tela de um
anônimo no Louvre. Ela reproduz o quadro e oferece ao
público réplicas das roupas
que aparecem na tela, que serão vestidas numa dança.
Enquanto ela surrupia a
forma sem dono e materializa o baile, Pedro Victor Brandão expõe cromos de obras
de artistas conhecidos à luz
ultravioleta, destruindo seu
conteúdo diante do público.
É a mesma erosão da imagem na série de autorretratos
de Albano Afonso, que mostra o próprio rosto atrás das
caras de Modigliani e Van
Gogh em réplicas perfuradas.
Num passo além, Caetano
Dias dá verniz antropofágico
à explosão das formas com
um Cristo de rapadura, deitado na cruz e exposto como
banquete açucarado.
(SM)
POR AQUI, FORMAS
TORNARAM-SE ATITUDES
ONDE Sesc Vila Mariana (r.
Pelotas, 141, tel. 0/ xx/11/5080-3000)
QUANDO ter. a sex., das 10h às
21h30; sáb. e dom., das 10h30 às
18h30; até 30/11
QUANTO grátis
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