São Paulo, quinta-feira, 01 de novembro de 2007

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Crítica/"Persépolis"

Animação protesta contra opressão religiosa e política

DA REPORTAGEM LOCAL

Belo manifesto em preto-e-branco contra a opressão política e religiosa, "Persépolis" merece os louros que vem recebendo -a animação dividiu o Prêmio do Júri do Festival de Cannes deste ano e foi a indicada da França para a disputa do Oscar de melhor filme estrangeiro. Baseada na bem-sucedida minissérie homônima em quadrinhos (lançada no Brasil pela Cia. das Letras), conta a história da autora, a iraniana Marjane Satrapi, filha de uma família de intelectuais esquerdistas de Teerã que cresce acompanhando as sucessivas conturbações históricas do Irã, da ditadura ambígua do xá Reza Pahlevi à Revolução Islâmica que o derrubou em 1979, chegando até a guerra com o Iraque de Saddam Hussein (1980-1988).
Sempre sob o ponto de vista inconformista de Satrapi, o filme abarca também seu exílio em Viena, onde emerge um sentimento de culpa pelo distanciamento de suas origens, e sua posterior volta a Teerã, onde continua se sentindo estrangeira em meio ao regime xiita.
Bem-humorado e tocante em diversos momentos, "Persépolis" deve agradar tanto aos fãs da HQ quanto aos que não a leram. Sua queda de ritmo, principalmente no exílio vienense, e sua falta de perspectiva atual da imigração islâmica incomodam, mas não estragam a bela história. (MARCO AURÉLIO CANÔNICO)


PERSÉPOLIS
Direção:
Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud
Produção: França/EUA, 2007
Quando: hoje, às 15h10, na Cinemateca - sala BNDES
Avaliação: bom


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